A fase principal do leilão do 5G, que definirá a atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas dos 700 MHz, 900 MHz, 2,1 GHz, 2,6 GHz e 3,6 GHz, avançou hoje para o seu 14º dia.
A Anacom avança que hoje tiveram lugar seis rondas, com as licitações a alcançarem os 213,16 milhões de euros. Recorde-se, no entanto, que o valor poderá ser mais elevado se as propostas divulgadas se aplicarem aos vários lotes disponíveis nas faixas dos 700 aos 2,6 MHz, o que não é possível perceber pelos dados disponibilizados. No total, se as licitações forem iguais para os vários lotes, já se podem ter sido ultrapassados os 358 milhões de euros.
Em relação ao dia anterior, notam-se apenas mudanças nas propostas da faixa de 3,6 GHz, onde existem subidas em 16 dos 40 lotes disponíveis.
Na faixa dos 2,1 GHz as melhores propostas mantém-se nos 10,61 milhões de euros desde o sétimo dia de licitações. Já na dos 2,6 GHz, onde existem três lotes disponíveis, as ofertas continuam a registar os mesmos valores desde o décimo dia: 7,34 no primeiro e segundo, e 5,04 no terceiro.
Na faixa dos 700 MHz, livre após a conclusão do processo de migração da TDT, o preço de licitação continua nos 19,2 milhões de euros e um dos lotes não recebeu ofertas desde o início da fase principal do leilão. Na faixa dos 900 MHz, os quatro lotes disponíveis também não registam alteração em relação ao preço de reserva de 6 milhões de euros.
Ao que tudo indica, a fase de licitações principal ainda está para durar, o que deverá fazer aumentar o valor de encaixe financeiro do Governo com as licenças. O preço de reserva estava fixado pela Anacom nos 237,9 milhões de euros e, que pelas contas que podem ser feitas a partir dos dados da entidade reguladora, o valor das licitações pode estar já 50% acima do preço de reserva inicial.
As 53 faixas que foram colocadas a leilão compõem as peças de um "puzzle" que os operadores têm de construir para ter uma rede que cubra as necessidades dos clientes, e que consiga uma cobertura do território para conseguirem responder às exigências do concurso. As empresas têm de cobrir até ao final de 2023, 75% da população e 95%, até 2025, em zonas de baixa densidade, e nas regiões autónomas da Madeira e Açores.
Embora as faixas dos 700 MHz e dos 3,6 GHz sejam as duas específicas para o 5G, as dos 900 MHz, 1800 MHz, 2,1 GHz e 2,6 GHz, permitem suportar novas operações ou complementar as redes móveis já existentes.
Na fase principal do leilão, é possível notar um maior interesse na faixa dos 2,1 GHz. Aqui, as propostas das operadoras registaram um crescimento de 200% em relação ao valor de reserva de espectro. O interesse é também grande nos 2,6 GHz, com um rescimento de valor acima dos 90%. Nos 40 lotes da faixa dos 3,6 GHz constata-se também uma dinâmica de crescimento que leva a subidas de preço a rondar os 40%.
A fase principal é um passo a fechar antes de se passar à consignação das licenças, com a escolha da localização geográfica dos lotes, e finalmente a atribuição, onde a Anacom atribui os direitos de utilização de frequências. As ofertas comerciais só poderão avançar depois e, apesar de já não acontecem em janeiro como tinha sido previsto, ainda estão na dentro de um horizonte temporal mais alargado que apontava para o primeiro trimestre de 2021.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação e o título foi alterado. (Última atualização: 18h49)
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