A Nowo, detida pela MásMóvil em Portugal, tem três empresas interessadas em reforçar as suas operações de telecomunicações no país. As empresas Macquarie, Digital Colony e Asterion assumem-se como potenciais parceiros financeiros ou industriais para desenvolver as operações da MásMóvil em Portugal.
A notícia foi avançada pelo jornal espanhol El País, numa informação passada pelo CEO da empresa, Meinrad Spenger numa reunião com analistas do mercado. O jornal diz que outras opções da empresa poderiam passar por acordos com outras operadoras. A MásMóvil encontra-se neste momento a estudar as propostas e promete uma decisão para as próximas semanas.
A ajuda do banco de investimento australiano Macquarie e os fundos de investimento Digital Colony e Asterion permitiria desenvolver a estratégia conhecida como “light capex”, que combina o uso de redes próprias com acordos de participação nas infraestruturas de outros operadores.
A Nowo tem vindo a reforçar a sua estratégia de crescimento nos últimos anos, investindo cerca de 150 milhões de euros durante 2021, incluindo 70 milhões na compra de espectro 4G/5G, sobretudo em Lisboa e Porto, no objetivo de alcançar um milhão de lares. A empresa está também a modernizar a sua rede, esperando alcançar ligações com velocidades de 1,2 Gbps.
O interesse no reforço das três empresas poderá dar novo alento à Telecom espanhola, uma vez que no início de maio foi avançado que a empresa poderia estar de saída de Portugal. Quando a MásMóvil entrou em Portugal o cenário era bem diferente. O mercado dividia-se entre três operadores com pouca concorrência entre si e o modelo regulatório favorecia a entrada de novos operadores, obrigando os restantes a cederem roaming. Estes elementos representavam boas perspetivas de crescimento com uma estratégia de preço agressiva que, ainda assim, não teria de representar um grande investimento.
A entrada posterior da Digi no mercado português, sem aviso prévio, terá baralhado as contas da MásMóvil. Com esta operadora a apostar também sobretudo numa estratégia de preço, fazer o mesmo torna-se mais dispendioso porque aumenta o custo de aquisição de novos clientes.
Num mercado com a dimensão do português dificilmente seria possível assegurar a rentabilidade de duas empresas com a mesma estratégia de preço. Diga-se que a Digi, que só deverá lançar serviços em Portugal no segundo semestre, já opera em Espanha onde tem conseguido crescer rapidamente às custas de uma estratégia agressiva de preço. Nesse sentido, ou a empresa espanhola sai do mercado português ou pondera fazer uma parceria com a Digi, uma vez que o investimento feito em espetro pelas duas empresas no leilão português de 5G acaba por ser complementar.
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