O relatório que a ANACOM acaba de divulgar sobre a utilização de serviços over-the-top (OTT) em Portugal mostram uma evolução no número de utilizadores, e dados que colocam Portugal entre os maiores adeptos de alguns destes serviços na União Europeia.

No uso de mensagens instantâneas está no top 5 da UE, enquanto nas chamadas de voz e vídeo online está na 7ª posição do ranking, considerando sempre a população com acesso à Internet. Já na assinatura de serviços de streaming de vídeo nota-se uma grande diferença, com Portugal posicionado na 17ª posição entre os Estados Membros.

A ANACOM não refere nomes dos serviços mas outros estudos indicam que o WhatsApp está atrás do Facebook mas redes sociais mais utilizadas em Portugal, embora o Messenger da Microsoft tenha perdido terreno. Se olharmos para os serviços que mais tráfego geraram na Internet, os dados da Cloudflare apontam para um top 5 composto pelo Google, Facebook, Apple, TikTok e Amazon Web Services. 

Segundo os números hoje detalhados no relatório do regulador do mercado das comunicações, o instant messaging foi utilizado por 93,3% dos utilizadores de Internet, encontrando-se 7,9 p.p. acima da média da UE27 e ocupando a 5.ª posição no respetivo ranking. Ainda assim, "caso se considere o total da população, e não apenas os utilizadores de Internet, a penetração deste serviço em Portugal seria de 82,5%. Segundo esta perspectiva, Portugal ficou 3,3 p.p. acima da média europeia, posicionando-se no 10.º lugar do ranking da UE27".

Em relação às chamadas de voz e vídeo online, o relatório indica que o serviço é usado por cerca de 84,2% dos utilizadores com acesso à Internet, sendo que Portugal continuou acima da média da UE27 (+5,7 p.p.), ocupando a 7.ª posição do ranking da utilização deste tipo de serviços. Quando os dados referem o total da população, a ANACOM diz que "a penetração destes serviços seria de 74,5%, +1,6 p.p. do que a média europeia. Portugal ocupava a 14.ª posição do ranking da UE27". O aumento é apontado como relevante face a 2019, em que se posicionava no último lugar deste ranking.

Na subscrição de serviços videostreaming on demand há um crescimento marginal, de mais 0,4 p.p. do que em 2022, e aqui Portugal fica na 19.ª posição no ranking da UE27. E se for considerado o total da população, e não apenas os utilizadores de Internet, "a penetração destes serviços em Portugal seria de 37,9% (+2,1 p.p. do que em 2022)".

A ANACOM indica ainda que, entre outros serviços over-the-top, destacam-se a pesquisa de informação sobre produtos ou serviços (87,9% dos utilizadores de Internet), a troca de e-mails (86,7%) a leitura de notícias de jornais e revistas online (82,1%) e o acesso às redes sociais (79,6%).

"O acesso a notícias online em Portugal foi significativamente superior à média da UE27 (+12,1 p.p.)", refere a ANACOM.

Do lado positivo estão também a compra de bens ou serviços online foi dos serviços analisados que mais cresceu face ao ano anterior (+4,1 p.p.), entre os utilizadores de Internet, ainda que o valor apurado em Portugal tenha ficado abaixo do aferido na média da UE27 (-9,6 p.p. face à UE). Para trás ficam a visualização de vídeos em serviços como o Youtube, ou a marcação de consultas online.

Olhando para a caracterização dos utilizadores. é a população mais jovem, com o ensino superior, e os estudantes, que têm mais propensão para a utilização dos serviços over-the-top analisados, uma tendência também registada na União Europeia.