Em Portugal o plano de implementação do 5G foi afetado pela pandemia de COVID-19, depois da suspensão do processo entre março e abril. Agora, o Governo já sinalizou à Altice para a necessidade de um novo plano da migração da televisão digital terrestre (TDT), essencial para a estratégia da 5ª geração móvel, com “novas metas”. O processo deveria terminar em junho deste ano.

A informação é avançada pelo Dinheiro Vivo, com base em declarações de fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação. De acordo com a notícia, o Governo está a "reavaliar" a estratégia nacional para o 5G, de forma a “adotar novas metas, mais adequadas à circunstância em que vivemos”.

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O Ministério das Infraestruturas, onde está integrada a secretaria de Estado das Comunicações, não adianta, no entanto, nenhuma meta para o novo arranque do processo de migração da TDT. “A preocupação do Governo é que a TDT e o programa #Estuda em casa, que a utiliza, não sofram perturbações”, reforça apenas a fonte oficial do Ministério.

Já em 2019, e mesmo antes do surto do novo coronavírus, a Altice Portugal garantia que o “prazo para migração do TDT seria impossível de cumprir”. Pelos seus cálculos, a empresa avançava a terceira semana de julho como a data final possível.

A verdade é que a pandemia de COVID-19 não veio favorecer o atual contexto da estratégia do 5G em Portugal. O novo coronavírus levou a Anacom a suspender o processo de migração da rede TDT em meados de março e a consulta pública do leilão do 5G.

Só final de abril é que voltou a “haver condições” para retomar os trabalhos, mas, ainda assim, com “prudência”. A garantia foi dada pelo secretário de estado das comunicações Alberto Souto de Miranda, que admitiu que "os operadores estão agora menos entusiasmados porque estão com as suas capacidades financeiras mais limitadas".

Ainda assim, nem tudo parece ser negativo. Esta segunda-feira, a Ericsson voltou a rever em alta previsões anteriores, estimando que os assinantes de 5G deverão chegar aos 2,8 mil milhões até 2025.  A pandemia ajuda a explicar este aumento em relação aos dados anterior de 2,6 mil milhões de utilizadores a nível global.