Montar a infraestrutura de comunicações de um evento que junta mais de 50 mil pessoas por dia é sempre um desafio, e o NOS Alive é um dos festivais que põe à prova as redes móveis e o Wi-Fi, obrigado a responder a necessidades e exigências cada vez maiores dos visitantes na partilha de fotos, vídeos e lives durante os concertos.
São 110km de pares de fibra ótica, com 500 metros de condutas e 1 torre móvel de alta densidade, que são geridos por 100 profissionais da NOS, numa operação que é equiparável à de uma cidade de média dimensão, tanto na infraestrutura de rede fixa como na móvel e que abrange as várias áreas do evento, das bilheteiras, ao multibanco, farmácia e controlo de entradas, assim como as ligações dos sponsors e media partners. "É um reforço de capacidade estrondoso", explicou ao SAPO TEK Luis Santo, Head of Radio Networks & Devices da NOS SGPS.
Em cima disto tudo, a NOS aproveitou ainda o evento para fazer mais uma experiência 5G, mostrando o potencial da rede de nova geração móvel num cenário como um festival de verão. E os visitantes puderam experimentar a sensação de estarem imersos num concerto - aliás a sobrevoá-lo - com realidade virtual.
Para esta experiência a NOS teve de pedir uma licença especial à Anacom, usando o espectro de 3,5 Ghz, com um total de 100 MHz. No local foi instalada uma antena 5G de alta capacidade (Massive MIMO – 64T64R), semelhante às que já foram usadas noutras demonstrações da NOS, como a que foi feita na exposição Smart Cities na FIL e numa praia em Matosinhos.
A operadora instalou uma câmara de 360º suspensa teto do palco NOS Clubbing, uma Insta 360 Pro2, composta por 6 lentes f2.4 com captura até 8k e real time stiching, que estava ligada a um router 5G da Huawei que fazia a transmissão das imagens, através da antena 5G, para a plataforma core, ligada a um servidor de vídeo. Este por sua vez estava ligado por cabo a uma rede Wi-Fi que transmitia as imagens para 4 headsets de realidade virtual Pico G2 4K, da Pico Interactive, com a qual os visitantes da bancada NOS podia desfrutar do concerto, com a ajuda dos headphones para acompanhar a música.
A experiência é realmente imersiva e a qualidade de imagem é bastante razoável, considerando que é feita em streaming, e está entre as melhores que já tivemos oportunidade de experimentar.
Como é habitual a utilização destes equipamentos torna-se até um espetáculo para quem está a ver, já que quem usa os óculos tem tendência para se movimentar à procura do melhor ângulo de imagem e procurando a experiência em 360º que proporciona.
"Conseguimos velocidades de 30 a 40 Megabits por segundo, quando o 4G tem velocidades na ordem dos 10 a 15 Megabits", explica Luis Santos lembrando que é uma duplicação que tem uma vantagem diferenciadora.
No futuro, esta possibilidade de estar "dentro" de um festival sem sair do sofá da nossa sala, é um cenário credível? Luis Santo não tem dúvidas que sim, e que este tipo de conteúdos será crucial para marcar a diferença da experiência que se pode ter com o 5G, face ao 4G e a outras tecnologias de rede móvel.
Um bom ambiente de testes, onde o 5G convive com outras redes
Para além da experiência em realidade virtual, a NOS aproveitou o Alive para outros testes de 5G internos, e menos visíveis, com equipamentos ainda não comerciais, adiantou Luis Santo ao SAPO TEK. "Estamos a fazer testes há vários meses", justifica.
Depois de carros (de brincar) comandados com a ajuda de simuladores e óculos de realidade virtual e da imersão no concerto do Alive, a operadora promete que vai trazer mais experiências de casos de utilização de 5G. "Estamos em fase de maturação de outros modelos de negócio", afirma o responsável pelo 5G na NOS, apontando as áreas de formação, turismo e imobiliário como algumas das que têm mais potencial de diferenciação no mercado.
Até a rede 5G, e os equipamentos que a suportam, ser uma realidade, com a disponibilização comercial da tecnologia, ainda há muito a fazer com o 4G, e até o 3G, e as redes Wi-Fi. E no Alive a NOS artilhou o espaço com pontos de acesso Wi-Fi especiais - os WiFi Angels - de acesso gratuito, pontos de carregamento de baterias e cacifos com carregadores, que pelo que vimos são bastante solicitados.
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