Hoje um conjunto de 27 operadoras de telecomunicações assinaram uma declaração conjunta com o objetivo de coordenar os esforços para ajudar refugiados ucranianos que chegam aos países da União Europeia (UE) a manterem o contacto com a família e conhecidos na Ucrânia.

Apoiada pela Comissão Europeia e pelo Parlamento Europeu, a declaração conjunta surge após o lançamento de outras iniciativas espontâneas e, como explica Bruxelas, tem em vista a criação de uma estratégia para tornar mais acessíveis as comunicações entre UE e Ucrânia, incluindo roaming sem custos acrescidos e chamadas internacionais gratuitas.

Estima-se que a invasão russa tenha obrigado 4,2 milhões de pessoas a escapar da Ucrânia e a refugiar-se em países vizinhos, sobretudo na Polónia, Eslováquia, Hungria e Roménia, seguindo depois para outros Estados-membros da União Europeia.

Face à crise humanitária, Bruxelas afirma que é essencial que os refugiados ucranianos tenham acesso a comunicações, de modo a que se possam manter em contacto com membros das suas famílias e conhecidos que estão no país e para que consigam usar a Internet para aceder a informação.

A declaração já foi assinada por 24 operadoras de telecomunicações baseadas na EU, assim como pelas três telecoms que operam na Ucrânia. A iniciativa está aberta a todas as operadoras europeias que se queiram juntar e as medidas previstas na declaração vão ser implementadas ao longo de um prazo de três meses, que poderá ser ajustado consoante a evolução da crise.

Anteriormente, os signatários da declaração já tinham tomado medidas em resposta à crise humanitária na Ucrânia, incluindo disponibilizar gratuitamente cartões SIM a refugiados, com um vasto número a poder realizar chamadas gratuitas. Algumas operadoras da UE estão a disponibilizar roaming sem custos adicionais e Wi-Fi gratuito em zonas fronteiriças ou abrigos que acolhem refugiados.

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Já na Ucrânia, apesar do conflito, as operadoras estão a reunir esforços para manter as comunicações ativas e também para disponibilizar chamadas internacionais gratuitas para os ucranianos que se veem obrigados a sair do país devido à guerra.

Recorde-se que, em Portugal, as operadoras estão também a tomar medidas de apoio no setor nas telecomunicações. A MEO foi a primeira operadora a disponibilizar chamadas gratuitas para a Ucrânia e acesso à Ukrainian TV mas também a NOS, a NOWO e a Vodafone fizeram o mesmo.