O debate público sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) termina hoje e a associação de operadores de telecomunicações, APRITEL, vem agora defender que o documento inclua financiamento público de redes de nova geração.
Já tinha sido avançado que as licenças e infraestruturas das redes 5G não estavam previstas no PRR porque se trata de financiamento privado, o que deixaria de fora da "bazuca" financeira que vem de Bruxelas a injeção de capital nesta área. As redes de nova geração não incluem apenas o 5G mas também a fibra ótica, e a ideia é conseguir levar esta infraestrutura a locais onde não é economicamente atrativo para os operadores investir, pela escassez de clientes.
Numa nota breve à comunicação social, a APRITEL defende que, no âmbito da consulta pública, deve ser feita "a revisão do PRR de forma a incluir uma componente adicional no pilar da transição digital, de financiamento público de redes de nova geração em locais que não atraem por si só o investimento privado".
A associação defende que este tipo de investimento está previsto no Mecanismo de Recuperação e Resiliência Europeu e que esse investimento "está a ser feito em países como Espanha, França, Itália ou a Alemanha".
"A solução para assegurar a cobertura plena da população deve passar por um mapeamento detalhado das zonas e a alocação de investimento público à sua cobertura, em articulação com políticas equilibradas de incentivo ao investimento dos operadores", sublinha a APRITEL em comunicado.
Alexandre Fonseca, presidente e CEO da Altice Portugal, tem vindo a defender a necessidade de um investimento em cooperação entre os privados e o Governo nesta área. No ano passado quando comunicou que a fibra ótica da empresa a 5,3 milhões de casas afirmou que há ainda uma franja de lares que não estão nestes números, que serão mais 600 a 700 mil. "A partir de agora o nosso investimento não está balizado numa lógica de projeto para atingir um número concreto", justifica "vamos continuar a investir à medida que nos vamos deparando com bolsas no território português que carecem ainda de investimento", adianta, dizendo que uma das questões relevantes é que se defina uma estratégia nacional para chegar a bolsas de lares que não estão neste número de casas já cobertas, em zonas de menor retorno económico, o que pode acontecer com co-investimento público e privado.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação.
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