A última vez que os preços das telecomunicações sofreram uma subida mensal mais elevada que a registada em fevereiro passado estavamos em maio de 1993, revela a Anacom. Os números apurados pelo regulador têm como referência o respetivo grupo de Índice de Preços do Consumidor (IPC) e mostram que que os serviços de telecomunicações em Portugal aumentaram em fevereiro 5,8%, comparativamente a janeiro.

O aumento resulta de um “ajustamento de preços” dos prestadores, que afetou as ofertas em pacote de serviços telefónicos móveis e de banda larga móvel através de PC/tablet/pen/router, explica-se, tendo sido o maior aumento mensal dos últimos quase 21 anos.

Na comparação com o mesmo mês de 2023, a subida foi de 7,2%, acumulando também uma variação que não tem paralelo desde abril de 1994 e que fica 5,1 pontos percentuais acima da variação dos preços no IPC.

Se a comparação for feita a 12 meses também se verifica que os preços das telecomunicações subiram mais que o IPC, numa proporção de 4,9% para 3,3% respetivamente, e a uma escala que não se verificava desde janeiro de 1997.

A maior subida foi para os serviços em pacote (6,7%) que são também aqueles que a esmagadora maioria dos portugueses usam. Os serviços móveis sofreram o segundo maior aumento (3,5%), segundo dados do Eurostat.

Por operadoras, os preços mais baixos nos últimos 24 meses foram os da Nowo, em sete das 11 categorias analisadas. A MEO e a Vodafone conseguiram ter as propostas mais competitivas em duas ofertas cada uma.

Nos últimos 12 meses, Portugal registou ainda a terceira maior subida de preços no sector, entre os 27 países da União Europeia. Teve também uma taxa de variação média dos preços nos últimos doze meses superior à verificada na UE a 27, em 3,6 pontos percentuais.

A análise dá ainda uma perspetiva de longo prazo, mostrando que desde 2009 os preços das telecomunicações em Portugal subiram 21,3%. É menos que a subida de preço do cabaz de referência do IPC, que foi de 28%. No entanto, o trajeto é muito diferente do registado face à evolução dos preços médios dos serviços de comunicações na UE, que caíram 8% no mesmo período.