Está fechado o negócio que vai vender 100% do capital da Vodafone Espanha ao fundo britânico Zegona, numa operação que vale 5 mil milhões de euros e que deverá estar concluída no primeiro trimestre de 2024.

A venda da operação espanhola da Vodafone era falada há muitos meses, período durante o qual surgiram vários rumores de possíveis candidatos à aquisição da unidade liderada pelo português Mário Vaz. O mais recente foi com a Zegona, que no final de setembro confirmou ao mercado as negociações para a compra desta unidade do grupo britânico.

Num comunicado divulgado já esta quarta-feira, a Zegona diz que está “muito entusiasmada com a oportunidade de voltar ao mercado espanhol de telecomunicações”. A empresa já tinha tido participações noutros operadores em Espanha, como também frisa nesta nota de imprensa.

“Esta aquisição marca a nossa terceira operação em Espanha, depois do sucesso das operações com a Telecable e a Euskatel”, refere-se. Com a nossa estratégia bem definida e historial comprovado, estamos confiantes que vamos criar um valor significativo para os accionistas", acrescenta a nota assinada por Eamonn O’Hare, presidente e diretor executivo da Zegona.

Recorde-se que foi em 2015 que a Zegona comprou a Telecable, que mais tarde foi vendida à Euskaltel, onde os britânicos se mantiveram como acionista de referência, até à venda desta à operadora à MásMóvil.

O acordo alcançado pelas empresas inclui uma licença que permitirá ao grupo britânico usar a marca Vodafone em Espanha por um período de 10 anos. As duas companhias vão ainda assinar novos acordos transitórios e de longo prazo, na área do IoT (internet das coisas), roaming móvel e outros serviços de operadora, como foi também revelado com o anúncio.

Em conferência de imprensa, o responsável da Zegona admitiu que já tem em mente um nome para liderar o novo ativo, que será José Miguel Garcia, um executivo que passou por outra empresa detida pela Zegona, a Euskatel, segundo relata o El País.

A Vodafone está em Espanha desde o ano 2000. Entrou no país vizinho com a compra da Airtel que, à data, era o segundo maior operador móvel do país. Muda agora de mãos, num negócio que terá ainda de receber luz verde das autoridades da concorrência em Espanha e em Bruxelas e do regulador de mercado em Espanha.

A Zegona posiciona-se como uma empresa que foi criada para identificar boas oportunidades de aquisição nos sectores das comunicações e media na Europa, maximizar o valor desses ativos e vendê-los, para gerar retorno para os acionistas.