Por João Augusto Teixeira (*)

Nos últimos anos, testemunhámos uma revolução impactante e profunda na vida das pessoas: o desaparecimento gradual do dinheiro físico e das agências bancárias físicas e o surgimento das criptomoedas. Essa mudança reflete uma sociedade cada vez mais digitalizada, onde os jovens desempenham um papel crucial na adoção de novas formas de pagamento, especialmente as criptomoedas.

Essa transformação pode ser explicada pela inclusão financeira de pessoas cada vez mais jovens, a necessidade de privacidade e a evolução tecnológica que progressivamente elimina a necessidade de presença para gestões pessoais.

É verdade que o COVID-19 acelerou essa tendência, forçando as empresas a adotarem soluções digitais para evitar o contato físico. Aplicativos de pagamento, transferências instantâneas, Neo-bancos e plataformas de criptomoedas ganharam muita popularidade, tornando o dinheiro em espécie totalmente obsoleto, principalmente para os mais jovens.

Neste cenário de digitalização, as criptomoedas surgem como uma alternativa inovadora, interessante e disruptiva para a Geração Z, ou melhor, Geração Cripto.  Bitcoin, Ethereum, Stablecoins e outras criptomoedas já não são apenas uma curiosidade tecnológica, uma vez que para muitos jovens representam o presente e o futuro do dinheiro.

As criptomoedas oferecem descentralização, rapidez nas transações e um maior controlo sobre os próprios recursos. Além disso, operar com criptomoedas é extremamente fácil e intuitivo para os jovens que estão acostumados com os ecrãs do telemóvel, impulsionado pela eliminação burocrática de muitos processos quotidianos de entidades financeiras tradicionais.  Além disso, as criptomoedas permitem o acesso a serviços financeiros sem a necessidade de intermediários tradicionais, o que é especialmente atraente para aqueles que desconfiam dos bancos e das políticas monetárias governamentais.

Na Bit2Me, 22% dos utilizadores são jovens com idade entre 20 e 30 anos. Este é um reflexo da tendência de crescimento da diversificação dos investimentos, a adoção das criptomoedas e a simplificação das plataformas de serviços de criptomoedas, como a Bit2Me.  Para os jovens que cresceram num mundo conectado, ir a uma agência bancária é algo absurdo. Eles preferem resolver tudo pelo telemóvel, desde transferências a investimentos.

Estudos recentes revelam que as gerações mais jovens estão a utilizar gradualmente as criptomoedas no lugar de outros tipos de ativos como o dinheiro físico. Não surpreende assim, um estudo realizado pela empresa YouGov, que revela que as gerações mais jovens têm quatro vezes mais probabilidades de investir em criptomoedas do que ter um plano de aposentadoria.

O desaparecimento do dinheiro físico parece ser inevitável, e as criptomoedas são um elemento-chave neste novo cenário. Os jovens estão na vanguarda desta revolução, adotando novas tecnologias, impulsionando as mudanças com a utilização dos novos produtos e serviços oferecidos por exchanges de criptomoedas: Earn, Staking, Loan, cartão de débito/crédito Cripto, produtos DeFi, etc.

Este crescimento reflete um movimento global onde as novas gerações desafiam os modelos financeiros tradicionais e procuram soluções que lhes ofereçam maior flexibilidade e controlo sobre os seus ativos. Com a evolução do setor e a crescente aceitação institucional dos ativos digitais, esta tendência deverá ganhar ainda mais força nos próximos anos.

Contudo, nem tudo são flores. A volatilidade das criptomoedas, a regulamentação ainda em desenvolvimento, golpes e fraudes no setor são vistos como uma ameaça aos consumidores. Neste sentido, a educação desempenha um papel crucial na adoção responsável das criptomoedas, ajudando a população a compreender o seu impacto a longo prazo e prevenindo a fraude. Por isso é importante ações como as de Bit2Me (Bit2Me Academy), que oferece conteúdo educativo gratuito sobre blockchain, criptomoedas, economia descentralizada e outros tópicos importantes. Esta iniciativa tem sido fundamental para capacitar os jovens investidores, proporcionando-lhes o conhecimento necessário para tomarem decisões informadas e seguras no mundo das criptomoedas.

O futuro das finanças será digital, mas a forma exata que ele tomará ainda está a ser moldada. O que parece certo é que a tecnologia blockchain e as criptomoedas estarão presentes na vida financeira das novas gerações e que o dinheiro, tal como o conhecemos, jamais será o mesmo.

(*) Chief Compliance Officer e MLRO (Money Laundering Reporting Officer) da Bit2Me