Por Natalia Basterrechea (*)

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Quer pelo meu trajeto profissional, quer pelo facto de ter uma afilhada adolescente muito próxima, sempre tive um interesse especial na forma como os jovens se comportam na Internet: como desenvolvem a sua reputação pessoal e o como agem quando têm de enfrentar um problema ou uma disputa com alguém.

Além disso, gosto de conversar com os professores sobre os desafios e as oportunidades associados ao mundo digital, especialmente no que toca aos social media. Num dos meus encontros recentes com pais, tive a oportunidade de ouvir as suas experiências, oferecer-lhes conselhos sobre o Facebook e perceber como se ajudam uns aos outros.

Muitas pessoas perguntam-me como os pais e os professores podem ajudar os adolescentes a lidar com problemas como o cyberbullying ou o acesso a conteúdo inapropriado online. Como não posso reunir pessoalmente com cada uma delas, espero que este artigo seja útil.

Em muitos sites não existem regras ou limites, e, portanto, não há nada que se possa fazer quando algo corre mal. Porém, esse não é o caso do Facebook, onde temos Normas Comunitárias que existem para manter o bem-estar dos 1.200 milhões de pessoas que usam a plataforma. O objetivo destas normas é assegurar que nenhum utilizador causa danos a outro, através, por exemplo, de ações associadas a cyberbullying ou à partilha de conteúdo que possa ser prejudicial, como pornografia.

Neste sentido, todos os utilizadores têm de usar o seu nome real na plataforma. Além disso, todos os conteúdos partilhados – seja uma página, uma biografia, uma foto ou um comentário... – devem respeitar as normas e, caso isso não aconteça, podem ser denunciados diretamente ao Facebook ou a qualquer outra pessoa que possa ajudar (como um professor, por exemplo).

Por outro lado, também se pode bloquear facilmente um utilizador cujo comportamento nos faça sentir desconfortáveis. Aliás, quando se clica no botão "denunciar" no Facebook, existem pessoas reais dispostas a ajudar. Temos uma grande equipa de especialistas altamente qualificados que reveem cada uma das denúncias e tomam as medidas adequadas relativamente àqueles que violam as normas. Também trabalhamos com parceiros, como por exemplo, ao nível europeu, as organizações que pertencem à Insafe, na tentativa de ajudar a resolver os casos mais urgentes.

Gostaria de partilhar cinco dicas que irão ajudar os pais a manter todas as crianças seguras na Internet, incluindo no Facebook:

  • 1. Converse com os seus filhos sobre o uso da Internet – Manter conversas sobre segurança e tecnologia de forma regular é essencial. Uma das melhores maneiras de começar a conversa é perguntar por que motivo consideram que as redes sociais, como o Facebook, são importantes. Pode-se até mesmo pedir-lhes para mostrarem como se abre uma conta na plataforma ou outras dicas de utilização que permitam que também passe a conhecer melhor as redes sociais. Além disso, é fundamental dialogar com os seus filhos sobre o tipo de conteúdos que são apropriados para partilhar na rede (e quais não são).
  • 2. Certifique-se de que os amigos dos filhos são amigos "reais" – A política de nomes verdadeiros do Facebook ajuda os adolescentes a identificarem facilmente a quem se estão a conectar. Deve também explicar as seus filhos que não são mais "populares" por terem um maior número de amigos, ficando, por outro lado, mais expostos.
  • 3. Assegure-se de que sabem usar as ferramentas de denúncia - Ninguém deve sofrer em silêncio na plataforma. Temos muitas ferramentas de denúncia disponíveis no Serviço de Ajuda.
  • 4. Ajude os seus filhos a revisitar as configurações de privacidade – O Facebook oferece muitas ferramentas para gerir bem todos os conteúdos colocados na rede. Por exemplo, há uma configuração específica para menores de 18 anos, que, por defeito, só lhes permite partilhar coisas com seus amigos. Faça perguntas aos seus filhos sobre como configurar a privacidade e sugira-lhes fazer uma revisão das definições juntos regularmente.
  • 5. Certifique-se de que partilham os seus problemas – Na verdade, não precisa de ser especialista em social media para fazer as perguntas certas.

Converse com os seus filhos sobre os perigos que enfrentam e a importância de se manterem seguros. E se forem da opinião de que não apropriado terem serem "amigos" no Facebook, não insista – da mesma forma que não insiste em acompanhar os seus filhos a todos os sítios do mundo real. O objetivo dos pais deve ser que os seus filhos confiem em si, sem a necessidade de estarem constantemente a olharem por cima do ombro.

Em Portugal, existem milhões de pessoas que todos os dias se conectam, aprendem, celebram e criam coisas através dos social media. A minha esperança é que os pais se sintam cada vez mais à vontade para falar com seus filhos sobre esse novo mundo.

(*) Diretora de Assuntos Públicos do Facebook para Portugal e Espanha