Por: Alfonso Ramirez (*)
Inteligência Artificial (IA). Eis um termo que surge constantemente em destaque nos media, associado a todo o tipo de negócios e setores, e que, cada vez mais, faz parte do nosso vocabulário. Contudo, é essencial esclarecer o que está realmente em causa quando nos referimos a IA. Desde logo, importa distinguir dois conceitos diferentes: IA forte e IA fraca.
A IA fraca não é recente e encontra-se em todas as aplicações criadas para resolver problemas específicos, tais como o reconhecimento de imagens ou a condução de um carro. Refere-se ao que habitualmente chamamos de aprendizagem automática (machine learning), pois as máquinas simulam pensamentos inteligentes para responder a questões previamente definidas. Por sua vez, a IA forte diz respeito a uma máquina hipotética apta a pensar por si mesma, consciente da sua existência, capaz não só de resolver as tarefas para as quais foi programada, como também adquirir novos conhecimentos.
Muitas das notícias que abordam o tema da Inteligência Artificial antecipam inovações tecnológicas que possivelmente tardarão décadas a impactar o “mundo real”. Por não conseguirmos prever quando é que a IA forte vai efetivamente desenvolver-se - estudos e especialistas não apontam uma data próxima – devemos, no imediato, analisar apenas como é que a IA fraca contribui para a cibersegurança.
É graças à aprendizagem automática que a humanidade ainda não se afogou num mar gigante de informação (que cresce continuamente), tendo a cibersegurança saído beneficiada com este avanço tecnológico. Ora vejamos porquê.
Em 10 anos, a quantidade de programas maliciosos cresceu mil vezes: no início do século, analisavam-se diariamente 300 bits de malware, um número ao qual hoje se acrescentam três zeros. É devido à aprendizagem e sistemas automáticos que temos conseguido manter o ritmo de deteção e prevenção de ataques.
Atualmente, os sistemas automatizamos da Kaspersky detetam 99,99% das ciberameaças. Algoritmos inteligentes filtram tanto as boas como as más aplicações, pelo que colecionamos mais de dois milhões de arquivos diferentes por dia. Destes, 20% são maliciosos.
O elevado índice de deteção poderia sugerir que os analistas de Cibersegurança não têm um papel relevante. Mas isso não é verdade. O seu desempenho é essencial na hora de afinar sistemas, não só para torná-los mais efetivos, como para desenvolver novas tecnologias. Por exemplo, temos profissionais especializados em descobrir ciberataques reais e complexos que depois transferem os novos conhecimentos e competências adquiridos para os sistemas automatizados, enquanto outros fazem experiências com diferentes modelos e métodos de aprendizagem automática.
Assim sendo, o machine learning e a imensa quantidade de dados nos quais se baseiam as previsões da IA, revelam-se como basilares para a Cibersegurança Digital, uma vez que quanto mais dados estiverem disponíveis, mais sistemas automatizados serão desenvolvidos e mais valor poderemos criar.
(*) Diretor Geral da Kaspersky Ibéria
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