
Depois do Honor 200, que chegou no ano passado ao nosso país, a geração seguinte não foi além do mercado chinês. Agora, a fabricante reforça o seu portfólio de smartphones da gama média com a Honor 400 Series, que estreia dois novos modelos em mais mercados, incluindo em Portugal.
Com um preço que, no mercado português, começa nos 499 euros, o Honor 400 apresenta-se como uma opção mais barata do que outros rivais no mesmo segmento, como o Pixel 9A da Google, que custa 549,99 euros. Mas será que tem o que é preciso para assegurar um lugar de destaque entre a concorrência que, além da Google, conta com a Samsung, com o seu Galaxy A56?
Comecemos pelo design: por fora, o Honor 400 conta com um aspecto discreto, mas elegante. Elementos como o painel traseiro em vidro com acabamento mate suave ao toque e pormenores como os acabamentos metálicos no módulo de câmaras ajudam a dar um toque premium.
As tonalidades douradas do modelo que testámos, na cor Desert Gold, dão-lhe um “look” sofisticado. Com apenas 184 gramas, este é um smartphone leve e confortável de manusear. Desta vez, a Honor optou por um design plano, incluindo no ecrã, deixando as curvas para a versão Pro.
Clique nas imagens para ver com mais detalhe
Apesar da leveza, não há uma sensação oca e o smartphone conseguiu superar as nossas expectativas no que toca à durabilidade. Temos de admitir que quando o tiramos da caixa ficámos com algum receio de que o painel traseiro ficasse riscado facilmente. No entanto, depois de vários dias a acompanhar-nos, incluindo numa viagem de trabalho, e de ter andado à solta entre malas, mochilas e bolsos, manteve-se intacto e sem riscos na traseira.
A Honor costuma apostar em módulos de câmaras com formatos mais fora da caixa. Veja-se o caso do Honor 200 com o seu módulo inspirado pela Casa Milà de Antoni Gaudí, em Barcelona. Para esta geração há uma nova mudança de formato, quiçá um pouco menos arrojada, mas com um estilo próprio. O módulo de câmaras do Honor 400 não é demasiado intrusivo, embora cause um ligeiro desequilíbrio quando usado numa superfície plana.

No ecrã contamos com um painel AMOLED de 6,55 polegadas que se destaca pela boa resolução e qualidade de imagem, tonalidades vívidas e uma taxa de atualização até 120 Hz que traz mais fluidez à navegação.
As molduras em torno do ecrã não são demasiado espessas, o que contribui para uma maior sensação de imersão no conteúdo, o que vai agradar a quem gosta de ver vídeos e séries através do smartphone. O brilho máximo de 5.000 nits assegura a visibilidade mesmo em cenários de iluminação mais intensa.
Para quem se preocupa com o conforto ocular, o Honor 400 tem várias funcionalidades concebidas para proteger a visão: de uma opção de ecrã noturno a outra que promete reduzir os efeitos da exposição prolongada a ecrãs e prevenir a miopia. Como “bónus”, há até um modo de alívio de enjoo em movimento, pensado para utilizadores mais sensíveis durante viagens de carro.
Câmaras em modo “multitasking”
Ao contrário do Honor 400 Pro, a versão standard não conta com um sensor telefoto. Para compensar, a câmara principal e a ultra-grande angular acabam por assumir mais do que uma função, numa espécie de “multitasking” fotográfico que não esquece a integração de IA.
Em destaque está a câmara principal de 200 MP, que permite captar fotos com boa qualidade de imagem, níveis de contraste e saturação equilibrados, que contribuem para tonalidades sem um aspecto demasiado artificial, além de uma boa amplitude dinâmica, preservando detalhes nas zonas mais claras e escuras.
Se o sensor principal brilha em ambientes mais amplamente iluminados, os cenários noturnos ou com menos luz são mais desafiantes, mas, ainda assim, a câmara mostra-se competente.
Clique para ver as imagens captadas com o Honor 400
Para colmatar a falta de um sensor telefoto, a câmara principal permite captar cenas a uma maior distância, contando com a ajuda do AI Super Zoom. Apesar de ser possível fazer zoom digital até 30x, os resultados tornam-se menos apelativos a partir de 10x, sendo possível notar a perda de definição nos pormenores.
Já a segunda câmara traseira, uma ultra-grande angular de 12 MP, também assume o papel de uma lente macro. Quando se trata de captar cenas mais amplas, a câmara cumpre o trabalho de maneira adequada, sem distorções nas extremidades das imagens e sem muitas diferenças na cor em comparação com o sensor principal. Por outro lado, os resultados em modo macro são menos consistentes e, em certos casos, a câmara principal até consegue fazer um melhor trabalho.
A pensar nos fãs de retratos, o Honor 400 chega com modos inspirados pelo estúdio fotográfico parisiense Studio Harcourt, à semelhança do que aconteceu com a geração anterior.
Estes modos dão mais expressão aos retratos, variando entre opções com um toque mais cinematográfico e outras com mais dramatismo. No entanto, estão apenas limitados aos retratos captados com as câmaras traseiras. Apesar disso, as fotografias captadas com a câmara frontal de 50 MP não ficam aquém das expectativas.
O Honor 400 também demonstra boas competências na captação de vídeos, se bem que nas gravações a 4K, não é possível ir acima dos 30 fps. A propósito de vídeo, uma das funcionalidades mais interessantes é a integração do modelo de IA Veo 2 da Google diretamente na Galeria do smartphone.
Através desta ferramenta é possível transformar fotografias em pequenos vídeos animados. Basta escolher uma imagem, definir o formato (9:16 ou 16:9) e a IA trata do resto numa questão de segundos, sem necessidade de apresentar um prompt.
Em certos casos, a capacidade de imaginação do modelo impressiona, sendo capaz de inventar cenários que não estavam lá na vida real. Os resultados conseguem ser surpreendentes com imagens de objetos ou paisagens, mas chegam a ser um pouco inquietantes quando se trata de fotografias de pessoas.
Note-se que esta é apenas uma “Avaliação gratuita de tempo limitado”, como indica a própria funcionalidade. Porém, não são mencionados mais detalhes sobre quando termina este período de teste grátis.
IA por todo o lado
A Honor já tinha anunciado a sua intenção de estar “all in” na IA com o Alpha Plan, numa estratégia que passa pela integração da tecnologia no seu ecossistema de equipamentos. Ao Honor 400 chegam várias funcionalidades com IA, integradas no MagicOS 9.0, baseado no Android 15.
Muitas delas são herdadas da geração anterior, como o Magic Portal ou a Magic Capsule inspirada na “ilha dinâmica” dos modelos mais recentes do iPhone. A elas juntam-se opções que prometem agilizar a escrita de texto, mas que ainda não têm suporte à língua portuguesa.
A par de legendas e traduções com IA, há também espaço para integrar a tecnologia na edição de fotografias, com opções práticas para eliminar elementos indesejados, dar uns retoques às caras, redimensionar imagens ou imaginar o que vai além dos seus contornos.
A funcionalidade de deteção de deepfakes, anunciada pela Honor durante o MWC25, faz parte do leque de opções inteligentes do Honor 400 e promete identificar rostos gerados por IA durante as videochamadas.
Apesar das mudanças no design exterior e nas câmaras, o “coração” do Honor 400 é idêntico ao da geração anterior, contando com o mesmo processador Snapdragon 7 Gen 3. O desempenho é fluido nas tarefas do quotidiano, entre navegação online, redes sociais e principais apps, assim como em modo multitarefa, para aqueles momentos em que o smartphone se torna numa ferramenta de trabalho.
Se é um jogador mais casual não sentirá grandes limitações em títulos menos exigentes. Mas é alguém que está habituado a jogos mais “pesados” a nível gráfico, poderá notar uma menor consistência no desempenho.
Além disso, e tendo em conta que o Honor 400 terá suporte a seis anos de atualizações do sistema operativo e updates de segurança, tal como anunciado recentemente pela marca, fica no ar a dúvida se o processador será capaz de aguentar as exigências futuras sem comprometer a experiência de utilização.
Por fim, e não menos importante, a bateria. A capacidade cresceu ligeiramente em relação à do Honor 200, passando para 5.300 mAh e dando-nos autonomia para todo o dia e até mais um pouco.
Por exemplo, depois de um dia particularmente intenso a captar fotos e vídeos, a gravar entrevistas e a fazer amplo uso de apps de produtividade e comunicação, esquecemo-nos de pôr o smartphone a carregar durante a noite. Apesar disso, o Honor 400 “sobreviveu” até ao dia seguinte e, com o carregamento rápido a 66 W, conseguimos recuperar a energia necessária para voltar à carga com mais tranquilidade.
Em suma, o novo Honor 400 afirma-se como um smartphone que consegue alcançar um bom equilíbrio entre design, funcionalidades práticas e desempenho competente para o dia a dia. É um modelo que vai agradar a quem é um pouco menos exigente quanto às capacidades fotográficas, mas que procura uma experiência com qualidade e com espaço para “brincar” com IA.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com informção relativa ao preço do Honor 400 em Portugal. (Última atualização: 11h28)
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Mario Kart World tem novos modos de jogo e um mundo aberto à exploração -
App do dia
Pondlife é um jogo relaxante que ensina mais sobre os peixes e animais marinhos -
Site do dia
Mergulhe na tranquilidade das florestas japonesas com uma nova experiência virtual da Google -
How to TEK
Como eliminar as passwords guardadas no Google Chrome, Edge e Firefox?
Comentários