Burlas online disparam em Portugal com quase 4.000 reclamações recebidas pelo Portal da Queixa

Entre janeiro e maio deste ano, o Portal da Queixa recebeu quase quatro mil reclamações relacionadas com burlas online, num aumento crescente no número de casos registados. Os consumidores mais lesados são mulheres entre os 35 e 44 anos. Já o sector mais visado é o das Compras, Moda e Joalharia.

Towfiqu barbhuiya via Unsplash

Em comunicado, o Portal da Queixa avança que recebeu um total de 3.886 reclamações relacionadas com burlas em compras online durante o período em análise, o que sinaliza "um crescimento preocupante deste fenómeno no contexto do comércio digital em Portugal".

O sector mais visado é o das Compras, Moda e Joalharia, responsável por 26,76% das queixas registadas. Seguem-se as categorias de Hotéis, Viagens e Turismo (17,42%) e Internet, Sites e Negócios (12,74%). Outro dos sectores visados por burlas online é o da Entregas ao Domicílio, perfazendo 9,83% do total de queixas. A ele junta-se ainda o da Banca, Pagamentos e Investimentos. envolvido em 8,62% dos casos denunciados na plataforma.

Os dados avançados pelo Portal da Queixa mostram que as mulheres são as mais afetadas, perfazendo 58,13% das reclamações. A faixa etária mais visada é a dos 35 aos 44 anos, com 26,25% das queixas. Em termos geográficos, os consumidores da Área Metropolitana de Lisboa lideram as queixas, com 29,62%, seguidos pelo Porto (18,84%) e Setúbal (10,50%).

“Comprei um produto anunciado como sendo uma dockstation da Samsung, mas recebi duas colunas de som baratas. Fui enganado", conta um relato partilhado na plataforma do Portal da Queixa acerca de uma burla com publicidade enganosa no Facebook.

Além das burlas que se disfarçam de campanhas publicitárias nas redes sociais, o Portal da Queixa destaca os casos de esquemas fraudulentos que usam táticas de engenharia social, partilhando um dos milhares de relatos divulgados na sua plataforma. “Durante uma chamada telefónica, fui levada a fornecer dados pessoais sob o pretexto da emissão de um cartão de crédito Wizink. Não sou cliente, nem pretendo ser”, indica a queixa.

Além disso, os casos de não entrega de produtos também se afirmam como burlas, como mostra o relato de uma consumidora. “Comprei duas carteiras no Instagram, paguei por transferência, mas nunca recebi a encomenda”, afirma.

"A sofisticação das burlas digitais exige dos consumidores uma postura cada vez mais atenta" realça Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa. "A partilha de experiências na nossa plataforma é essencial para prevenir novos casos e proteger o consumidor”.

O SAPO TEK tem reunido alguns dos principais exemplos de phishing que circulam em Portugal, que pode ver na galeria. Clique nas imagens para mais detalhe.

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Nota de redção: a notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 17h58)