EUA: restrições ao transporte de aparelhos eletrónicos em voos não serão aplicadas à Europa

O gabinete do executivo norte-americano responsável pela Segurança Interna do país, decidiu não alargar as restrições aos voos europeus, mas admitiu que a hipótese vai continuar em cima da mesa.

tek aeroporto lisboa

Depois de se ter discutido a inclusão da Europa no leque de restrições que impedem passageiros de entrar nas cabines dos aviões com tablets, leitores de ebooks, computadores portáteis e consolas de videojogos, os Estados Unidos decidiram, esta terça-feira, em não avançar com a medida. A hipótese, no entanto, vai continuar em cima da mesa até que o nível de ameaça de terrorismo proveniente dos voos europeus seja integralmente analisado.

Em comunicado, John Kelly, que é o responsável máximo pelo gabinete de segurança interna dos Estados Unidos (DHS), afirmou que o acordo celebrado com os representantes europeus determina que "se aumente a fasquia da segurança na aviação em termos globais". Em último caso, se o nível de ameaça assim o exigir, serão impostas restrições ao transporte de produtos eletrónicos nas cabines dos aviões.

Kelly reuniu-se esta terça-feira com Dimitris Avramopoulos, comissário europeu dos Assuntos Internos, e Violeta Bulc, comissária para os Transportes. De acordo com o Politico, que cita uma fonte não identificada da UE, os representantes europeus aproveitaram para expor as suas preocupações relativamente aos perigos inerentes ao transporte de aparelhos com baterias de lítio em bagagens de porão. Como sublinharam, em alguns destes casos, as baterias podem incendiar-se, tornando perigosa a sua colocação em espaços onde o fogo resultante não possa ser extinguido.

As restrições, no entanto, estão já aplicadas a 10 aeroportos do Médio Oriente e do Norte de África, afetando cerca de 350 voos por semana. No caso de virem a ser expandidas à Europa, estas regras podem vir a afetar 390 voos por dia, diz a Associação Internacional do Transporte Aéreo.

Recorde-se que as autoridades norte-americanas justificaram estas limitações na bagagem de cabine com a possibilidade de terroristas virem a esconder explosivos dentro de artigos eletrónicos em viagem.

Especulou-se que as restrições fossem também aplicadas à Europa, mas depois de várias reuniões, o processo não vai avançar.