“Já não é uma questão de dizer que ‘os mercados de trabalho vão mudar’. Em vez disso é perfeitamente claro que os nossos mercados de trabalho ‘estão a mudar’. E o ‘futuro’? O futuro é a forma como gerimos esta transição”. As palavras são do vice-presidente da Comissão Europeia e encerraram a conferência O futuro do trabalho: Hoje. Amanhã. Para Todos.
Nesta transição vão perder-se alguns empregos, com as previsões a apontarem para que perto de um em cada 10 postos de trabalho possa ser substituído por robots e, a uma escala ainda maior, que uma grande quota de tarefas – cerca de 50% – possa ser automatizada.
Por outro lado, vão ser precisos humanos para fazer as coisas que os robots não conseguem fazer: “pensar lateralmente, interagir socialmente e planear estrategicamente”, indicou Valdis Dombrovskis. O trabalho vai ser, “em todos os sentidos, mais dinâmico, variado e interessante”. Acima de tudo, os trabalhadores terão de adaptar à mudança constante e para isso é preciso um sistema de qualificação acompanhe a evolução do mercado de trabalho.
“Quase toda a gente vai ser afetada, de uma forma ou outra”. A preocupação de Bruxelas é “evitar um futuro em que a mudança crie ‘vencedores’ e ‘vencidos’” e a forma de garantir isso é manter um modelo social adequado, referiu Valdis Dombrovskis.
Do encontro ficaram outras mensagens-chave, como a necessidade de assegurar uma economia digital inclusiva, que apoie as pessoas que perdem os seus empregos ou mudam de funções, assentes na aquisição de novas competências ou de outras mais adequadas.
Bruxelas também acredita que é preciso ter políticas ativas do mercado de trabalho mais eficazes: medidas implementadas por administrações públicas que prestem, efetivamente, os serviços que a sociedade necessita, estabelecendo-se uma colaboração mais estreita entre os serviços de emprego, as entidades responsáveis pela formação de competências, os serviços sociais e as empresas.
A conferência, que decorreu esta-terça feira, tinha sido precedida da publicação de um relatório sobre o impacto da transformação digital nos mercados de trabalho da UE, que está disponível através de download.
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