A American Civil Liberties Union (ACLU), um grupo de defesa dos direitos civis, publicou nos seu site um mapa interativo onde mostra que o Governo norte-americano já recorreu à lei de 1789 em dezenas de casos desde 2008.

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Esta lei foi usada como argumento para tentar que a Apple desbloqueasse o iPhone do atirador, hackando o sistema de forma a desativar a segurança que leva à eliminação dos dados do telefone se não fosse introduzido o código correto após o número de tentativas previstas.

A Apple recusou e conseguiu apoio da indústria e dos seus fãs, mas também contestação. Mesmo assim Tim Cook garantiu que esta era uma questão de princípio e que a privacidade é um dos valores fundamentais. E não cedeu.

Esta semana soube-se que o FBI tinha conseguido contornar a questão com a ajuda de terceiros, mas o assunto pode não ficar arrumado por aqui e a ACLU admite que a Google também já foi intimada para quebrar a segurança do Android.

"Embora o FBI (polícia federal norte-americana) já não precise da ajuda da Apple [para desbloquear o telefone do autor de um tiroteio em dezembro passado, na localidade californiana de San Bernardino], o seu pedido foi parte de um esforço sustentado do Governo para exercer um novo poder”, defende a organização American Civil Liberties Union (ACLU).

A ACLU descobriu 63 casos confirmados em que o Governo emitiu uma citação judicial para obrigar a Apple ou a Google a fornecer ajuda para aceder a dados armazenados em dispositivos móveis, sendo que a maioria são casos relacionados com drogas.

Um dos casos que é referido pela organização remonta ao ano passado e está relacionado com uma investigação sobre drogas na Califórnia, onde os procuradores do ministério público obtiveram uma intimação judicial exigindo que a Google ajudasse as autoridades a aceder aos dados de dois telefones que usavam o sistema operativo Android.