![Sismo em Lisboa: Notificações de alerta da Google não chegaram aos telemóveis Android. O que se passou?](/assets/img/blank.png)
Esta segunda-feira, Lisboa voltou a tremer com um sismo de magnitude 4,7 na escala de Richter, com um epicentro que se localizou a oeste do Seixal. A procura por informação acerca do abalo foi tão elevada que o site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) chegou mesmo a ficar em baixo.
Embora o motor de pesquisa da Google apresentasse informação sobre o sismo, ao contrário de outras ocasiões, as notificações do sistema de alerta de sismo do Android não chegaram.
Recorde-se que, em agosto do ano passado, altura em que foi registado em Portugal um sismo de magnitude de 5,3 na escala de Richter, o sistema da Google enviou notificações para os utilizadores de smartphones Android.
Em plataformas como o Reddit, internautas que não receberam as notificações questionam se foram os únicos. Mas o que explica o sucedido? Para compreender é necessário olhar primeiro para como funciona o sistema de alertas de terramotos da Google.
Como funcionam os alertas de sismos do Android?
Fora dos estados norte-americanos da Califórnia, Washington e Oregon, onde a Google tem uma parceria com a equipa da ShakeAlert para detetar sismos e alertar os utilizadores, a tecnológica usa uma abordagem diferente.
Como explica no seu website, a abordagem recorre aos pequenos acelerómetros que existem no interior dos mais de 2 mil milhões de smartphones Android em uso um pouco por todo o mundo.
Os acelerómetros são capazes de detetar vibrações e, quando é identificado algo que pode ser um terramoto, o smartphone envia um sinal para os servidores de deteção de sismos da Google. Os servidores combinam depois a informação enviada por múltiplos smartphones para perceber se há, de facto, um sismo.
Perante um caso de terramoto, existem dois tipos de notificações que podem ser enviadas pelo sistema. Para receber alertas, os utilizadores necessitam de ter o Wi-Fi ligado os ou dados móveis ativados. A Google realça que ambos só são enviados nos casos de terramotos com magnitudes iguais ou superiores a 4,5 na escala de Richter.
![Google | Sistema de alertas de sismo do Android Google | Sistema de alertas de sismo do Android](/assets/img/blank.png)
O primeiro tipo de notificação alerta os utilizadores para a ocorrência de abalos ligeiros, afirma a Google. Ao clicarem na notificação, os utilizadores podem ficar a saber mais informação acerca do que se está a passar. O alerta é enviado no caso de sismos com intensidades de 3/4 na escala de Mercalli modificada (MMI, na sigla em inglês).
Já o segundo tipo de notificação serve para alertar os utilizadores para a ocorrência de abalos moderados ou mais violentos. O alerta é enviado no caso de sismos com intensidades superiores a 5 na escala de Mercalli modificada. Neste caso, a notificação acende o ecrã do smartphone e emite um som alto para chamar a atenção do utilizador.
De acordo com informação oficial do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o sismo registado no início desta semana teve uma magnitude de 4,7. "De acordo com os inquéritos recebidos relativos aos concelhos de Almada, Seixal, Sesimbra, e Lisboa, este sismo terá sido sentido com a intensidade máxima V (escala de Mercalli 56)", informou a entidade.
Note-se que, quando surgiram os primeiros relatos do sismo, a informação que circulava antes da confirmação oficial do IPMA não era consistente. Por exemplo, inicialmente, o Centro Sismológico Euro-Mediterrânico indicou que o abalo tinha uma magnitude de 5,0, como noticiou a agência Lusa.
Na própria pesquisa do Google, surgia inicialmente a indicação de que o sismo que se fez sentir em Lisboa tinha uma magnitude de 4,2, como mostram relatos partilhados em plataformas como o Reddit.
![Google | Sismo Lisboa Google | Sismo Lisboa](/assets/img/blank.png)
Entretanto, a informação apresentada pela pesquisa do Google foi atualizada, porém, indica que a magnitude do sismo foi de 4,8 e não 4,7 como avançado pelo IPMA.
![Google | Sismo Lisboa Google | Sismo Lisboa](/assets/img/blank.png)
O SAPO TEK entrou em contacto com a Google para esclarecer o que se passou com as notificações de alerta durante o sismo. De acordo com a empresa, o sistema de alerta de sismo do Android funcionou como esperado, tendo detetado o abalo que se fez sentir em Lisboa a 17 de fevereiro. Inicialmente, foi estimada uma magnitude de 4,3, um valor que fica abaixo do limite de alerta de 4,5 do sistema.
A tecnológica lembra que, uma vez que as estimativas iniciais são feitas rapidamente, isto é, antes de os abalos terminarem, podem existir diferenças em relação às análises científicas realizadas após o sismo ter chegado ao fim.
As medições realizadas pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) são usadas nos resultados de pesquisa do Google e apontavam para uma magnitude de 4,8. Segundo a empresa, é mostrada aos utilizadores a estimativa mais atual e melhor do mapa de magnitude e localização dos sismos.
A tecnológica indica também que a diferença de 0,5 na magnitude está dentro do intervalo de deteção esperado, lembrando também que uma vez que este se trata de um sistema de alerta precoce, as estimativas de magnitude e localização são preliminares e estão sujeitas a alterações à medida que surgem informações oficiais
Sistema de alertas desativado no Brasil
Recentemente, o sistema de alerta de sismos do Android registou uma falha no Brasil que levou à desativação do mesmo. Como avança a imprensa local, no dia 14 de fevereiro, o sistema enviou por engano uma notificação de um sismo com origem na zona litoral de São Paulo.
Segundo a Google, o seu sistema detetou sinais vindos de smartphones perto da zona litoral de São Paulo e enviou o alerta, noticiou a CNN Brasil.
Pelas 02h00 da manhã (hora local) os habitantes dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro com smartphones Android receberam a notificação que alertava para um sismo de magnitude de 5,5. Porém, as autoridades locais informaram que não tinha sido registado qualquer abalo na zona nem emitido qualquer alerta.
Numa nota enviada à imprensa brasileira, a Google explicou que, perante o falso alerta, desativou prontamente o sistema de alerta no Brasil. A empresa, que lamentou o sucedido, informou também que estava a investigar o ocorrido.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com informação relativa à resposta da Google. (Última atualização: 20h09)
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