No final de maio, a Google e a Apple começaram a disponibilizar as suas APIs para aplicações de rastreamento de contactos em 22 países. Depois de a Suiça e a Letónia terem sido os primeiros a usar a tecnologia, a Itália, um dos países mais fortemente afetados pela pandemia de COVID-19, vai começar a testá-la numa nova aplicação, embora muitos utilizadores expressem reservas quanto à privacidade dos seus dados.
O país está em processo de desconfinamento desde o início de maio, mas o Governo e as autoridades na área da saúde temem que o número de infeções possa voltar a subir caso a população não cumpra as medidas necessárias. Assim, a Immuni (“imune” em português) quer reduzir o risco de aparecimento de novos surtos e vai começar a ser testada em quatro regiões italianas antes de ser implementada em todo o país.
Os smartphones dos utilizadores que instalaram a aplicação vão tocar códigos entre si através de Bluetooth. Caso alguém tenha contraído a doença, a Immuni avisará todas as pessoas com quem esteve em contacto recentemente, indicando que devem praticar o isolamento social e contactar as autoridades de saúde para serem testadas.
Em declarações à Reuters, Pier Luigi Lopalco, responsável pela unidade de emergência de resposta à COVID-19 em Puglia, uma das primeiras regiões a testar a Immuni, sublinhou a importância da solução tecnológica. “Desta forma, seremos capazes de identificar, por exemplo, alguém que esteve sentado ao lado de uma pessoa infetada nos transportes públicos”, explicou o responsável.
O Governo Italiano afirma que os dados pessoais dos utilizadores, como a geolocalização, não serão recolhidos e que todos os registos serão eliminados assim que a pandemia terminar, seguindo as recomendações da Comissão Europeia.
No entanto, a população italiana receia que a privacidade das suas informações seja desrespeitada. Citando dados de um recente inquérito realizado pela EMG Acqua em maio, a agência noticiosa indica que apenas 44% dos italianos afirmam que instalariam a Immuni. Já 24% dos inquiridos deixaram claro que não o fariam definitivamente.
A utilização de algumas aplicações de rastreamento da COVID-19 tem levantando questões acerca da privacidade e segurança dos utilizadores, assim como sobre a sua eficácia e inclusão social. Segundo a Human Rights Watch, a solução tecnológica usada em Moscovo tem falhas profundas e viola a privacidade dos utilizadores.
Já em Singapura, o governo decretou como obrigatória a implementação de uma aplicação que define como um "sistema digital de check-in" e que recolhe dados pessoais em locais como escolas e escritórios.
À medida que Portugal se prepara para implementar a STAYAWAY COVID, uma app desenvolvida no INESC TEC com integração as APIs da Google e Apple, um novo inquérito da Pitagórica detalha que 75% dos portugueses mostram disponibilidade para usar uma solução tecnológica de rastreamento de contactos no seu smartphone.
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