O isolamento devido à pandemia da COVID-19 levou o Governo a tomar medidas extraordinárias no que diz respeito ao acesso ao ensino para este terceiro período. O objetivo é salvar o ano letivo através das aulas a distância, tendo apresentado várias medidas que envolvem o regresso de um modelo de telescola, mas também a continuidade da interação assincrona com os professores.
Mas o maior desafio é garantir que todos os estudantes acedam às aulas, considerando que segundo alguns levantamentos feitos pelo Ministério da Educação, cerca de 50 mil alunos estão sem recursos. O Governo adianta que o ensino através da televisão é uma das opções disponíveis, mas que devem ser complementadas por outros métodos de maior proximidade entre professores e alunos, para esclarecimento de dúvidas, e sobretudo, evitar alguma exclusão dos jovens com maior dificuldade.
O desejo do Governo é dar aos alunos o acesso a máquinas e internet, mas não tem soluções imediatas, pois existem limites, seja de máquinas no mercado, como a capacidade de instalação, referiu ontem o ministro da Educação. Essa medida não deverá ser avançada a tempo do fim do terceiro período.
É nesse sentido que deverá olhar para as versões alternativas das aplicações mais utilizadas nas teleconferências. Mesmo sem um computador, estas são compatíveis com smartphones e tablets, sejam equipamentos Android ou iOS da Apple. Estas versões funcionam bem, permitem participar ativamente com o microfone e câmara dos dispositivos, e em vez do computador pode-se tomar notas da matéria no tradicional caderno da respetiva disciplina levada para as aulas.
Além disso, pode usar os smartphones e tablets em qualquer lugar e mesmo que não tenha internet em casa, pode usar as ligações através de dados, recordando que as principais operadoras ofereceram 10 GB de dados a todos os utilizadores durante o isolamento.
Aconselhamos, no entanto, a fazer o download das respetivas aplicações nas lojas Google Play ou da App Store para o iPhone/iPad.
Funcionalidades e limites das principais aplicações
O Zoom permite na sua versão app as conferências para 100 pessoas em simultâneo, e talvez seja uma das mais utilizadas atualmente. Além disso, permite enviar mensagens em grupo, o que é ideal para discussão de temas entre os alunos da mesma turma. Pode fazer o download gratuitamente das versões Android e iOS. De salientar que é possível os utilizadores se encontrarem na mesma "sala de chat", estejam uns no smartphone, outros no tablet ou computadores.
Outra alternativa é o Teams da Microsoft, integrado no Office, mas está disponível gratuitamente em versões de teste para Android e iOS. Para além das teleconferências em grupo, é possível criar canais por equipas, fazer menções de outros utilizadores, além de ser muito fácil partilhar ficheiros do Office (como o Word ou Power Point) dentro do mesmo ecossistema. As conversas escritas podem também podem ser guardadas para consultas posteriores.
O Google Classroom não é tão popular como as restantes, mas é uma aplicação gratuita criada para escolas e organizações sem fins lucrativos, requerendo apenas a uma conta registada na Google. A aplicação permite criar turmas virtuais, mantendo alunos e professores próximos, mas tem alguns limites sobre o número de imagens que pode ver em simultâneo.
É possível distribuir trabalhos numa página visível a todos os alunos, assim como materiais de apoio, como documentos, fotografias ou vídeos, que ficam arquivados no Google Drive. Outra vantagem desta aplicação é a possibilidade de os professores enviarem anúncios à turma e fazerem uma espécie de stream, em que os alunos podem responder às questões colocadas. O Google Classroom está disponível em versões iOS e Android.
Muitas vezes utilizamos o Messenger do Facebook (iOS e Android) para conversas e vídeo rápidas, mas estes são facilmente fontes de distração, porque há sempre um familiar ou amigo a meter-se com os utilizadores quando é apanhado online. Mas dentro das mais populares, o Hangouts da Google permite a maioria das funcionalidades das outras aplicações, além de que é possível criar grupos de conversa por escrito com 150 pessoas e até 10 em vídeo.
O Hangouts não pretende substituir o Teams ou o Zoom, no que diz respeito a englobar a turma toda, mas pode ser uma solução alternativa para pequenas trocas de impressões, sobretudo em projetos partilhados. Até porque através da app, disponível em iOS e Android, pode telefonar para qualquer pessoa gratuitamente (se esta usar também a aplicação) bastando saber o seu número de telefone pessoal. Há uma versão paga, o Hangouts Meet (integrado no G-Suite) que permite videochamadas até 250 participantes), que não parece ser uma solução para os alunos e professores.
Sendo uma aplicação normalmente associada ao gaming, o Discord poderá ser uma boa alternativa de conversação. Para além da vantagem de os jovens estudantes estarem familiarizados com a aplicação, das sessões de jogatana com amigos, a empresa aumentou o limite de utilizadores em videoconferência de 10 para 50. É possível fazer o download gratuito do Discord em versões iOS e Android.
A Microsoft também adaptou o Skype (iOS e Android) para a nova realidade de videoconferências e apresentou o Meet Now, que permite gravar as chamadas e guardá-las durante 30 dias para consulta posterior. Os professores podem partilhar o ecrã para facilitar o ensino e os utilizadores nem sequer necessitam de criar uma conta para participar nas salas de teleconferência.
Entre as várias aplicações e soluções disponíveis é importante é que tudo seja organizado de forma a conseguir ultrapassar as dificuldades e fazer com que as aulas a distância decorram da melhor forma possível.
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