Um novo estudo concluiu uma coisa que há muito já se sabia: as redes sociais estão a ter um impacto muito negativo nos adolescentes. No entanto, a investigação do Royal Society for Public Health do Reino Unido indica que há duas aplicações com muita culpas no cartório. E são elas o Snapchat e o Instagram.
Os resultados da investigação foram publicados esta sexta-feira, dia 19 de maio, num documento chamado "Status of Mind". Ao todo foram inquiridos 1.479 jovens com idades compreendidas entre os 14 e os 24 anos. As questões colocadas remetiam para os efeitos que as redes sociais tinham na sua saúde mental, tendo em conta vários fatores, da forma como se sentem no seu corpo à privação do sono, passando pelo bullying e pela afirmação da sua própria identidade.
Os resultados sugerem um cenário negro nos indicadores que se tentaram apurar. Especialmente quando eram contabilizados os efeitos do Instagram e do Snapchat. As respostas evidenciaram que os jovens se sentiam mais ansiosos, menos tolerantes com o seu próprio corpo e se encontravam envolvidos em mais situações de bullying aquando da utilização destas apps.
O Twitter e o Facebook também registaram um feedback negativo, mas o YouTube, por outro lado, foi a app que melhor se destacou na outra ponta do espectro, despertando sentimentos mais positivos.
A organização justifica estes resultados com o facto do Snapchat e do Instagram serem redes sociais baseadas na imagem, pelo que não é fácil evitar comparações. Uma das consequências, como escreve um dos investigadores, reside no "Medo de Não Aproveitar".
"Ver os amigos sempre em férias ou a divertirem-se na noite pode fazer com que os mais jovens sintam que estão a desperdiçar tempo enquanto os outros aproveitam a vida. Este sentimento pode promover atitudes como a comparação e o desespero", pode ler-se no relatório. "Os utilizadores podem estar a olhar para fotografias e vídeos que passaram muito tempo no Photoshop [...] ou que foram altamente preparados e acabam por os comparar às suas vidas, aparentemente mundanas".
Para amenizar estes efeitos, a Royal Society está a promover uma campanha onde defende medidas como a implementação de notificações pop-up, que apareceriam a todos os utilizadores que passam muito tempo online; mais educação digital, para que os jovens consigam levar em conta as possíveis manipulações de imagem, de cada vez que utilizarem uma app; e marcas de água para identificar fotografias digitalmente editadas.
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