A disseminação de notícias falsas não é apenas um problema ocidental. De acordo com o The Times of India, a partilha de rumores online está diretamente ligada com vários problemas de entendimento público, tal como acontece na Europa e nas Américas, mas, recentemente, o perigo envolvido nesta prática subiu de tom com o homicídio de um grupo de cinco pessoas. O jornal explica que o crime ocorreu numa vila indiana onde se teria espalhado o rumor (falso) de que um grupo de sequestradores, procurado por tráfico infantil, estaria à procura de crianças naquele local, o que levou a que um grupo de homens linchasse um outro depois de ter visto alguns membros a falar com uma criança.

Verificar os factos para evitar fake news. Há um site que ensina como fazer
Verificar os factos para evitar fake news. Há um site que ensina como fazer
Ver artigo

Ao longo dos últimos dois meses, na Índia, têm sido noticiados casos de violência despontada pela partilha de notícias falsas, e o WhatsApp quer ajudar a colocar um travão no fenómeno. Por isso, e depois de o governo indiano ter criticado o papel da app na escalada violenta que tem assolado várias regiões do país, o serviço de messaging vai oferecer 50 mil dólares aos investigadores que se comprometerem a estudar a disseminação de fake news através daquela plataforma.

Os estudos devem abordar temas como a "viralidade" dos conteúdos, o nível de literacia digital dos utilizadores e a informação política, associada a momentos eleitorais, que se partilha na aplicação. Adicionalmente, a empresa quer desenvolver métodos para identificar práticas ilegais ou problemáticas levadas a cabo por alguns utilizadores, sem que, para isso, tenha de monitorizar as suas mensagens, uma vez que a plataforma funciona com base num sistema de encriptação de ponta a ponta. Com base nesta lógica, o WhatsApp compromete-se a orientar as investigações, mas não vai poder providenciar dados aos utilizadores.

Os estudos serão propriedade dos seus autores, que não estarão contratualmente obrigados a partilhar as suas conclusões com a empresa. As propostas deverão chegar ao WhatsApp até ao próximo dia 12 de agosto. Numa mensagem endereçada ao Facebook, que detém esta aplicação, o ministério da Eletrónica e das Tecnologias da Informação da Índia pediu à tecnológica que "tomasse uma atitude imediata para combater esta ameaça".