O mercado de smartphones está a cair na Europa e Portugal não foge à tendência, embora Francisco Jerónimo, Associate Vice President da área de equipamentos da IDC EMEA admita que esperava até uma quebra mais significativa. O que está a “manter” os números são as vendas na gama baixa, abaixo dos 200 euros, mas também na gama média para alta, nos equipamentos entre 400 e 600 euros, que aumentaram 51% no segundo trimestre de 2020 face ao ano anterior, como indicam os números da consultora partilhados com o SAPO TEK.
Face à incerteza da economia os utilizadores estão cautelosos, explica Francisco Jerónimo. No segundo trimestre as vendas foram mais baixas em quase todas as categorias, excepto no ultra low end, com smartphones abaixo dos 100 euros, onde se registou um crescimento para as 59,2 mil unidades vendidas. Apesar de tudo esta é uma fatia pequena do mercado, representando apenas 12% de todas as vendas.
A faixa mais representativa, dos 100 aos 200 euros, teve uma quebra de vendas face ao primeiro trimestre mas cresceu ainda 18% face ao mesmo período de 2019. Mais relevante foi o crescimento dos mid to high end, com preços entre 400 e 600 euros, que subiram 51% face ao ano passado, depois de já terem crescido 39% no primeiro trimestre.
Com a crise os mais afetados foram os smartphones Premium e Ultra Premium. Apesar de serem os que têm mais visibilidade têm uma representação pequena no total das vendas – 4% apenas neste trimestre.
E as vendas estão em queda abrupta, baixando 61% nos preços entre 800 e 1000 euros, e 39% nos acima dos mil euros. Também as vendas de smartphones na faixa de preços dos 600 a 800 euros (high end) baixaram 38%.
Apple é “aposta segura” e escapa à crise
Francisco Jerónimo destaca neste cenário que a Apple está a crescer, apesar da sua gama de oferta estar nas faixas de preços mais penalizadas neste período.
Os iPhone mantêm-se em terceiro lugar no mercado português e a Apple conseguiu crescer face ao ano passado. A marca da maçã vendeu 75,7 mil iPhones em Portugal quando nos mesmos três meses do ano passado as vendas se fixaram em 66,3 mil. Por isso a quota de mercado subiu para 15%.
Francisco Jerónimo destaca este crescimento e o facto da Apple ser considerada uma "aposta segura" pelos utilizadores, até porque os smartphones têm menor perda de valor ao longo dos anos do que outras marcas. Os modelos iPhone SE, mais baratos, ajudaram ao crescimento das vendas mas não foram os que mais se destacaram na gama da Apple. "A Apple é considerada uma compra segura e a marca tem grande reconhecimento por isso cresceu", afirma, lembrando também que os clientes tipo da marca são também pessoas menos afetadas pela pandemia.
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