A pandemia da COVID-19 não ajudou à recuperação do mercado de smartphones em Portugal, e no segundo trimestre de 2020 a IDC continua a apontar uma quebra significativa das vendas, agora de 15,4%, que mesmo assim mostra alguma recuperação face aos três meses anteriores. A nível global o mercado de smartphones teve uma quebra de quase 12% e a IDC estima que só voltará a haver crescimento em 2021. Também a Gartner tinha apontado o "pior declínio de sempre" nos smartphones neste último trimestre.
Os dados partilhados por Francisco Jerónimo, Associate Vice President da área de equipamentos da IDC EMEA indicam que a Xiaomi e a TCL/Alcatel continuam a ganhar quota de mercado à Huawei, especialmente devido às fortes vendas no mercado de smartphones de gama baixa.
"Esperava uma queda mais acentuada", explicou Francisco Jerónimo ao SAPO TEK. explicando que no primeiro trimestre as lojas ainda estiveram a funcionar e que a quebra de vendas chegou a ser de 21%. As vendas online e as promoções ajudaram a manter o mercado a níveis acima do esperado, e o responsável de equipamentos da IDC sublinha o bom trabalho que os retalhistas fizeram nesta transição para as vendas à distância.
Mas os próximos meses são também de incerteza. "Nota-se que o impacto económico ainda não reflete o que estará para vir [...] os governos estão a manter as economias "no ventilador"", afirma, adantado que quando os subsídios e apoios terminarem pode disparar o número de falências e desempregados, o que se reflete nas vendas.
Samsung lidera o mercado com a Huawei em número 2
De Abril a junho a Samsung mantém-se como líder do mercado, com uma quota de mercado de 32%, só 1 ponto percentual abaixo do ano passado. A empresa coreana vendeu neste trimestre 159,5 mil telefones em Portugal, quando no mesmo período do ano passado tinha vendido 196,2 mil unidades.
A Huawei é a empresa que sofre maior quebra, com 104,2 mil equipamentos vendidos e uma quota de mercado de 21%, quando o ano passado já se aproximava dos 30%.
Recorde-se que a nível global o equilíbrio é diferente e que a Huawei ultrapassou mesmo a Samsung em vendas neste último trimestre. Mas a situação poderá ser apenas temporária perante as fortes restrições que a marca enfrenta nos EUA.
Em terceiro lugar mantém-se a Apple que conseguiu crescer face ao ano passado. A marca da maçã vendeu 75,7 mil iPhones quando nos mesmos três meses do ano passado as vendas se fixaram em 66,3 mil. Por isso a quota de mercado subiu para 15%.
Francisco Jerónimo destaca este crescimento e o facto da Apple ser considerada uma "aposta segura" pelos utilizadores, até porque os smartphones têm menor perda de valor ao longo dos anos do que outras marcas. Os modelos iPhone SE, mais baratos, ajudaram ao crescimento das vendas mas não foram os que mais se destacaram na gama da Apple. "A Apple é considerada uma compra segura e a marca tem grande reconhecimento por isso cresceu", afirma, lembrando também que os clientes tipo da marca são também pessoas menos afetadas pela pandemia.
Destaque para a gama média e baixa, de preços abaixo dos 150 euros
Também a TCL/Alcatel registou um grande crescimento, quase triplicando os números de vendas. De Abril a Junho vendeu 59,2 mil smartphones face aos 23,9 do ano passado. A marca tem agora uma quota de 12%, quando em 2019 se fixava nos 4%.
A Xiaomi é outra marca que está a aproveitar a quebra da Huawei, com 44,3 mil unidades vendidas no terceiro trimestre. Em 2019 tinha vendido neste meses 22,9 mil unidades.
Estas cinco marcas dominam agora quase 90% do mercado, aumentando o seu peso face a outros players que veem as vendas e presença reduzida para uma quota de 12% do mercado.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. Última atualização 19h16
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