Em 2017, a Apple foi acusada de “viciar” as baterias dos iPhones e de diminuir a performance através de atualizações do iOS, como forma de “incentivo” à compra de novos modelos. A empresa da maçã argumentou que o abrandamento seria para evitar encerramentos inoportunos e perdas de dados, mas não conseguiu convenceu os utilizadores norte-americanos, levando-os a processá-la. Agora, após uma longa batalha em tribunal, a Apple concordou em pagar 500 milhões de euros em indemnizações para resolver o processo.
No acordo proposto, a empresa terá de pagar 25 dólares por iPhone. Incluem-se os utilizadores norte-americanos da versão 6 à 7 Plus e SE do smartphone que tivessem instalado a atualização iOS 10.2.1 ou anterior. Além disso, quem instalou o iOS 11.2 ou anterior antes de 21 de dezembro de 2017 num iPhone 7 ou 7 Plus também tem direito a uma indemnização. De acordo com a Reuters, os advogados a cargo do caso consideram que a proposta é “justa, razoável e adequada”. Não obstante, o acordo ainda necessita da aprovação de Edward Davila, juíz distrital do estado da Califórnia.
No âmbito do escândalo do Batterygate, a Apple reconheceu o erro e procedeu a uma campanha de substituição das baterias por 29 dólares. No entanto, a decisão acabou por custar caro à empresa, refletindo-se num fraco desempenho das vendas durante 2018. Tim Cook terá revelado que a Apple trocou 11 milhões de baterias durante esse ano. Os milhões de utilizadores que aproveitaram o programa descobriram que poderiam ficar mais tempo com os seus equipamentos, não sentindo necessidade de fazer a atualização para num novo smartphone.
Os utilizadores norte-americanos não foram os únicos que ficaram descontentes com a “desaceleração” dos iPhones. Ainda neste ano, a Apple concordou em pagar uma multa de 25 milhões de euros em França para evitar um processo judicial. Em questão estava uma investigação dos serviços antifraude franceses, a qual concluiu que existiram falhas de informação acerca das atualizações do sistema iOS nas versões 10.2.1 e 11.2. De acordo com a autoridade, a atuação da Apple é uma "uma prática comercial enganosa por omissão".
O processo contra a Apple foi aberto pelo Ministério Público de Paris em janeiro de 2018 e teve por base uma denúncia da associação francesa “Alto à Obsolescência Programada”, depois de diversos utilizadores se queixarem de os seus iPhone 6 SE e 7 estarem mais lentos depois de atualizarem o iOS. Impossibilitados de regressar à versão anterior do SO, muitos dos utilizadores tiveram de comprar um smartphone novo.
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