São milhares os nomes aplicados pelas missões da NASA em Marte, não apenas a crateras e colinas, mas também a cada rocha, pedra e partes da superfície do planeta vermelho que estudam.

A maneira como as equipas identificam estes locais não foi sempre igual, tendo evoluído desde os primeiros dias, há 25 anos, quando usavam nomes de personagens de desenhos animados.

A diferença entre um nome oficial em Marte e um não oficial é aparentemente simples: os apelidos oficiais são aprovados por um corpo de cientistas conhecido como União Astronómica Internacional (IAU). Neste caso, por exemplo, crateras com mais de 60 quilómetros são batizadas em homenagem a cientistas famosos ou autores de ficção científica; crateras de menor dimensão recebem o nome de cidades com uma população de menos de 100.000 pessoas.

Cratera Jezero, que o rover Perseverance tem vindo a explorar, partilha o nome de uma cidade na Bósnia, já Belva, uma cratera de impacto dentro de Jezero, recebeu o nome de uma cidade da Virgínia Ocidental que, por sua vez, recebeu o nome de Belva Lockwood, a sufragista que concorreu à presidência em 1884 e 1888.

São mais de 2.000 os locais em Marte que têm nomes oficiais, mas além destes, há muitas denominações não oficiais, a pontilharem o mapa marciano.

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As primeiras missões a Marte seguiam uma onda de “alcunhas”, nomeadamente usando nomes de personagens de desenhos animados. “Yogi Rock”, “Casper” e “Scooby-Doo” estiveram entre os escolhdos pela equipa por detrás do primeiro rover da NASA, Sojourner, no final dos anos 90.

A filosofia mudou com os rovers Spirit e Opportunity, cujas equipas começaram a usar nomes com uma intenção específica, como a cratera “Endurance” para homenagear o navio que transportou a malfadada expedição do explorador Ernest Shackleton à Antártida.

Veja o vídeo explicativo que a NASA preparou

os nomes dos lugares onde o Curiosity e o Perseverance desembarcaram homenageiam os escritores de ficção científica Ray Bradbury e Octavia E. Butler, respetivamente. A equipa do InSight nomeou uma rocha que foi "empurrada" pelos retrofoguetes da sonda durante o pouso de “Rolling Stones Rock”, em homenagem à banda, acrescenta a NASA.

Apesar de existirem exceções, as missões Curiosity e Perseverance mantêm nomes baseados em locais terrestres. Antes do Curiosity chegar, em 2012, a equipa do rover criou um mapa geológico da área de pouso, formando quadrantes que teriam temas em redor de um local de importância geológica na Terra. Depois de ser escolhido um tema, é compilado um conjunto com centenas de nomes que encaixam nesse tema.