O lançamento do Perseverance aconteceu a 20 de julho, embora os preparativos da viagem que irá conduzir o rover de dimensão próxima a um automóvel a Marte - e as várias “esperanças científicas” que leva na bagagem - remontem a muito antes.
Enquanto esteve a ser preparado para as exigências da missão todo o terreno que o espera a partir de 18 de fevereiro próximo, o Perseverance ganhou pernas e rodas, um braço até um helicóptero. Também teve de “treinar alguns “moves”, de passar em testes de condução e, mais recentemente, de aprender a manter o equilíbrio.
Nestes e em vários outros instrumentos e tecnologias assentam as capacidades que vão permitir ao veículo da NASA cumprir o seu principal objetivo de procurar por sinais de vida no planeta vermelho, mas também de realizar experiências que irão contribuir para criar as fundações das futuras viagens espaciais com humanos, a Marte e a outros corpos celestes.
No conjunto de diversos recursos há lugar para um scanner de ambientes habitáveis, ferramentas que fazem a análise da composição química de corpos rochosos ou o mapeamento contextual da geologia e do clima do planeta vermelho, tentando perceber a evolução dos mesmos e até mesmo para uma unidade que será capaz de produzir oxigénio a partir da atmosfera de dióxido de carbono de Marte.
Além disso há câmaras, muitas câmaras, com capacidades de curta e de longa distância, que servirão para identificar e mapear diferentes elementos e além de uma tecnologia similar a um radar, que permite ao rover encontrar elementos enterrados.
Antes de tudo isso, o Perseverance terá de pousar com sucesso em Cratera Jezero, depois daquilo que a comunidade cientifica apelida de “sete minutos de terror”: o tempo "terrestre” que a nave vai levar a sair da órbita de Marte e tocar solo marciano.
O sensível processo é autónomo, já que é impossível controlar remotamente a descida em tempo real. Isto porque a distância entre os dois planetas faz com que qualquer sinal enviado da Terra leve entre três a 22 minutos para chegar a Marte, e vice-versa. Tal quer dizer que quando a NASA estiver a receber a informação de que foi iniciado o processo de descida, na verdade o Perseverance já terá pousado. Esperemos. A contagem descrescente para a descida já começou.
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