
A comunidade científica considera que para estudar as astrosferas de outros planetas, que é como as heliosferas são chamadas quando circundam outras estrelas, devemos primeiro entender a nossa. E foi isso que Daniel Reisenfeld e a sua equipa fizeram.
Usando o Interstellar Boundary Explorer da NASA, também conhecido como IBEX, os investigadores do Los Alamos National Laboratory criaram, pela primeira vez, um mapa tridimensional que determina a forma da heliosfera, ou seja, da camada limite entre o sistema solar e o espaço interestelar.
Considera-se que a descoberta poderá ajudar a comunidade científica a compreender melhor como interagem os ventos solares e os ventos interestelares.
Como explicam os cientistas, a heliosfera é uma bolha criada pelo vento solar, um fluxo de principalmente de protões, eletrões e partículas alfa, que se estende do Sol ao espaço interestelar e protege a Terra e outros planetas da radiação interestelar prejudicial.
Reisenfeld e restantes investigadores usaram dados do IBEX, que deteta partículas provenientes da heliosfera, e conseguiram mapear os limites dessa zona, uma região chamada heliopausa, onde o vento solar, que empurra em direção do espaço interestelar, colide com o vento interestelar, que por sua vez empurra em direção ao Sol.
A medição exigiu o uso de uma técnica considerada semelhante à forma como os morcegos usam o sonar.
“Assim como os morcegos enviam pulsos de sonar em todas as direções e usam o sinal de retorno para criar um mapa mental do ambiente em redor, usámos o vento solar, que emana do Sol em todas as direções, para criar um mapa da heliosfera”, explicou Reisenfeld.
Os investigadores fizeram isso a partir das medições oferecidas pelo IBEX, que deteta átomos neutros energéticos (ENA na sigla em inglês), iões que originalmente saem do Sol, mas colidem com eletrões interestelares, neutralizando-os. A intensidade desse sinal depende da intensidade do vento solar que atinge a heliosfera. Quando uma onda atinge a camada, a contagem de ENA aumenta e o IBEX pode detectá-la.
O mapa tridimensional de toda a heliosfera foi construído usando os dados que o IBEX recolheu em ENA enquanto mapeava um ciclo solar completo de 11 anos - o tempo entre as mudanças no campo magnético do Sol -, entre 2009 e 2019.
Embora o mapa de Reisenfeld não seja um modelo exato da heliosfera, é encarado como um elemento importante para as futuras missões espaciais relacionadas com o Sol.
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