O Sol esteve excecionalmente ativo nas primeiras semanas de maio, desencadeando uma série de erupções solares e ejeções de massa coronal (CME) que levaram à emissão de um alerta e que acabaram por culminar numa das tempestades solares mais intensas das últimas décadas.
Os primeiros sinais da tempestade solar começaram a 7 de maio com duas fortes explosões. De 7 a 11 de maio, múltiplas erupções solares fortes e pelo menos sete CME foram direcionadas à Terra. Várias neste período foram do tipo mais poderoso, conhecido como classe X, com a mais forte a obter uma classificação de X5.8.
A mesma região solar lançou muitas outras erupções depois dessa data, incluindo uma erupção X8.7 – a mais poderosa vista neste ciclo solar –, a 14 de maio último.
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Viajando a velocidades de até 4,8 milhões de km/h, as CME agruparam-se em ondas que atingiram a Terra, criando uma tempestade geomagnética de longa duração que atingiu a classificação G5 (o nível mais alto da escala de tempestade geomagnética), em algo que não era visto desde 2003.
A chegada simultânea das CME criou condições ideais para uma “tempestade histórica”, que resultou em auroras visíveis em todo o mundo, até em latitudes baixas, como no sul dos EUA e no norte da Índia, onde não são comuns.
A lista de locais raros incluiu Portugal e contou com as lentes do astrofotógrafo Miguel Claro em alguns registos, que se juntaram a outros partilhadas nas redes sociais por vários sites de informação e de acompanhamento de fenómenos meteorológicos, ou simplesmente por quem teve o privilégio de assistir ao fenómeno.
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Comparada a outras tempestades solares consideradas históricas, a tempestade de maio de 2024 assemelha-se às de 1958 e 2003, com auroras visíveis em latitudes muito baixas, possivelmente competindo com registos dos últimos 500 anos.
Veja o vídeo de resumo da atividade intensa do Sol, preparado pela NASA
A região solar responsável pelas recentes tempestades está agora a girar em redor da parte posterior do Sol, logo os seus impactos na Terra são reduzidos, mas a necessidade de monitorização contínua permanece, nota a NASA.
A comunidade científica está atenta aos possíveis impactos da tempestade, isto porque a par das auroras perto dos polos magnéticos da Terra, pela negativa podem existir desde interferências nos sistemas de navegação até danos em infraestruturas, como redes elétricas e comunicações.
O início da intensa série de explosões solares tinha levado à emissão de um alerta por parte do Centro de Previsão do Clima Espacial, nos Estados Unidos, para a possibilidade de existência de uma forte tempestade geomagnética logo no dia 10 de maio.
Naquela altura, o centro previa que, pelo menos, cinco CME tivessem “saído” em direção à Terra, que poderiam entre o dia 10 e o dia 12 de maio. O que se confirmou.
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