A Solar Orbiter tem vindo a acelerar em direção àquela que será, realmente, a sua aproximação histórica ao astro-rei. A 14 de março, a espaçonave passará pela órbita de Mercúrio e a 26 de março vai estar no auge da proximidade com o Sol.

Tinha partido para o Espaço a 10 de fevereiro de 2020 para ajudar os cientistas a descobrirem os mistérios do Sol, levando a bordo tecnologia portuguesa. Pouco mais de um ano depois, a sonda da Agência Espacial Europeia e da NASA está atualmente a cerca de 75 milhões de quilómetros de distância do Sol, tendo acabado de fazer uma passagem por de trás do Astro-Rei que durou até meados de fevereiro.

Os 75 milhões de quilómetros são uma distância idêntica à que a espaçonave alcançou durante `já  histórica passagem de junho de 2020, mas nada comparado ao quão perto vai chegar agora.

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A 26 de março, a Solar Orbiter estará a menos de um terço da distância do Sol à Terra, uma proximidade para a qual foi projetada para sobreviver, por períodos de tempo relativamente longos.

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É desta forma que passará o período de 14 de março a 6 de abril dentro da órbita de Mercúrio em torno do periélio, isto é, no ponto da sua órbita mais próximo do Sol, onde colocará os telescópios de alta resolução em ação.

Juntamente com dados e imagens de outros instrumentos, vai poder revelar mais informações sobre as mini explosões apelidadas de “fogueiras” que a missão descobriu nas primeiras imagens captadas.

Para fazer isso, a Solar Orbiter vai usar os seus instrumentos sensoriais remotos, como o EUI, para obter imagens do Sol, e as ferramentas integradas para recolher dados sobre o vento solar, à medida que este passa pela espaçonave.

“O que estou mais ansiosa por descobrir é se todas essas características dinâmicas que vemos no Extreme Ultraviolet Imager (as tais "fogueiras") podem entrar no vento solar ou não. Existem muitas deles!" diz Louise Harra, co-investigadora principal da EUI, citada pela ESA.

A passagem do periélio de 26 de março é um dos pontos principais da missão, altura em que todos os 10 instrumentos da Solar Orbiter estarão a operar simultaneamente para reunir o máximo de informação possível.

Na sua viagem de exploração do Sol, a sonda espacial desenvolvida em parceria pela ESA e pela NASA tem mostrado várias "paisagens". Em dezembro de 2021, fez a primeira de muitas passagens por Vénus,  chegando a estar a uma distância de 7.500 quilómetros do planeta. Mais recentemente, a ESA revelou um novo vídeo captado pela câmara Heliospheric Imager (SoloHI) da sonda em novembro, que mostra Vénus, Terra e Marte, sob uma paisagem espacial repleta de estrelas.