A Solar Orbiter partiu para o Espaço a 10 de fevereiro de 2020 para ajudar os cientistas a descobrir os mistérios do Sol, levando a bordo tecnologia portuguesa. Um ano depois, a sonda da Agência Espacial Europeia encontra-se a uma distância de 220 milhões de quilómetros da Terra e a 74 milhões de quilómetros do Sol e entra agora num momento crucial da sua missão.

A ESA explica que, neste momento, a Solar Orbiter encontra-se no periélio, isto é, no ponto da sua órbita mais próximo do Sol, e está a fazer uma passagem por trás do Astro-Rei que durará até meados de fevereiro.

Rota da Solar Orbiter
Rota da Solar Orbiter créditos: ESA

É certo que a sonda foi desenvolvida de modo a suportar temperaturas até 520°C, no entanto, a maior proximidade em relação ao Sol e à sua natureza imprevisível significa que o processo de comunicação com a Terra se tornará mais complicado.

De acordo com a ESA a energia do Sol é capaz de causar disrupções no que toca à envio de mensagens da Terra para a sonda e vice-versa. Os responsáveis da missão só serão capazes de receber dados da Solar Orbiter a uma velocidade de 255 bits por segundo e de enviar mensagens a aproximadamente 7,8 bits por segundo.

No entanto, a situação já estava nos planos dos especialistas da ESA. Apesar de as comunicações terem sido reduzidas, a sonda é capaz de ficar durante longos períodos sem qualquer tipo de contacto terrestre, entrando numa espécie de “piloto automático” e continuando o seu processo de recolha de dados.

Até que o ângulo entre o Sol, a Terra e a Solar Orbiter volte a ser maior do que 5 graus, altura em que será possível reestabelecer a comunicação, a equipa da sonda vai continuar empenhada a preparar os próximos momentos importantes da missão, que incluem uma passagem por Vénus em agosto e uma pela Terra em novembro.

Recorde-se que, em junho de 2020, a sonda fez a sua primeira aproximação a cerca de 77 milhões de quilómetros de distância do Sol. No mês seguinte, chegaram à Terra as primeiras imagens captadas pela missão, que revelaram fenómenos que antes não eram visíveis em detalhe aos cientistas, como a presença de mini explosões solares omnipresentes, chamadas “fogueiras”.

Já em dezembro do ano, a sonda fez a primeira de muitas passagens por Vénus. Na sua maior aproximação, a Solar Orbiter chegou a estar a uma distância de 7.500 quilómetros do planeta. Mais recentemente, a ESA revelou um novo vídeo captado pela câmara Heliospheric Imager (SoloHI) da sonda em novembro, que mostra Vénus, Terra e Marte, sob uma paisagem espacial repleta de estrelas.

Quer manter-se a par de todo o percurso percorrido pela sonda? Agora pode fazê-lo através de um mapa interativo que permite observar também quantos quilómetros e unidades astronómicas foram viajadas e quantas lhe faltam para chegar ao objetivo final.