Esta é a primeira missão dos Emirados Árabes Unidos a Marte, uma estreia que tem sido assinalada com entusiasmo pelos cientistas do país. A sonda Amal (Esperança em Árabe) entrou na órbita do planeta vermelho na última terça feira, depois de meses de viagem, e a primeira imagem enviada mostra três vulcões em linha, mas também o Olympus Mons, o maior vulcão do Sistema Solar.
O momento foi assinalado pelo emir do Dubai e primeiro-ministro do país, Mohammed ben Rached al-Maktoum, através da rede social Twitter: “A primeira imagem de Marte tirada pela primeira sonda árabe da história”, escreveu.
Segundo a agência de notícias francesa AFP, a imagem foi captada na quarta-feira, um dia depois de os Emirados conseguirem colocar a sonda Amal na órbita de Marte. “A missão Mars dos Emiratos captou a imagem do maior vulcão do sistema solar, Olympus Mons, emergindo à luz do sol da madrugada”, cita a AFP.
A imagem enviada pela sonda foi capturada pelo instrumento EXI de uma altitude de 24.700 km (15.350 milhas) acima da superfície marciana às 20:36 GMT na quarta-feira - ou seja, um dia depois de chegar ao Planeta Vermelho.
O pólo norte de Marte está no canto superior esquerdo da imagem. No centro, emergindo para o sol da manhã, está o Olympus Mons, o maior vulcão do Sistema Solar, que aparece na fronteira entre a noite e o dia.
Os três vulcões em uma linha são Ascraeus Mons, Pavonis Mons e Arsia Mons. A Leste pode ainda ver-se o sistema de desfiladeiros, Valles Marineris que está parcialmente coberto por nuvens.
A sonda dos Emirados Árabes está numa órbita elíptica em torno de Marte, atingindo uma proximidade máxima de 1.000 km do planeta e afastando-se a um ponto máximo de quase 50.000 km. Ao longo das próximas semanas a órbita será orientada para 22.000 km por 43.000 km, inclinada em relação ao equador em cerca de 25 graus.
É a partir dessa posição elevada que a sonda Amal quer fazer algumas pesquisas inovadoras. Vai monitorizar a forma como a energia se move através da atmosfera desde a base até o topo.
Uma de suas missões é estudar a libertação para o espaço de átomos neutros de hidrogênio e oxigênio, remanescentes da outrora abundante água de Marte. Isso permitirá aumentar a nossa compreensão de como um planeta antes quente e húmido se tornou o mundo frio, empoeirado e desidratado.
Corrida a Marte para maior conhecimento do planeta vermelho
A missão dos Emirados Árabes Unidos prevê que se consiga uma imagem completa da dinâmica meteorológica do planeta Marte, mas é também um passo para um objetivo muito mais ambicioso, que visa a criação de uma colónia humana em Marte dentro de 100 anos.
A sonda chinesa, Tianwen-1, também já chegou a Marte e enviou a primeira fotografia captada da órbita do Planeta Vermelho, mas a qualidade das imagens é mais redizoda porque as câmaras usadas são de menor resolução.
Ao contrário das missões chinesa, Tianwen-1, e norte-americana, Marte 2020, a sonda Amal não vai aterrar no Planeta Vermelho, devendo utilizar três instrumentos científicos para monitorizar a atmosfera marciana.
Esta semana é a vez da missão da NASA e da ESA chegar a Marte, levando a bordo o rover Perseverance que deverá pousar na cratera Jezero.
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