A sonda Juno da NASA continua a somar quilómetros espaciais em redor de Júpiter e a observar o sistema joviano. Depois de recentemente ter feito uma aproximação recorde à ardente lua Io, agora foi a vez de “assistir na primeira fila” a um relâmpago - e a registar o seu clarão para a posteridade.

E se a Terra os relâmpagos surgem em nuvens de água e ocorrem com mais frequência perto da linha do equador, em Júpiter também parecem ocorrer em nuvens, mas contendo uma solução que mistura amoníaco e água e podem ser vistos com mais frequência perto dos polos, explica a NASA.

Este terá sido apenas o primeiro “clique” de muitos que a Juno pode vir a fazer nos próximos meses, uma vez que as suas órbitas irão repetidamente levá-la para perto de Júpiter, enquanto passa pelo lado noturno do planeta gigante, o que proporcionará ainda mais oportunidades para o conjunto de instrumentos científicos da sonda captar os relâmpagos “no momento”.

Embora tenha sido destacada agora, a imagem do relâmpago visto num vórtice perto do polo norte de Júpiter foi registada quando a Juno completou seu 31º sobrevoo próximo de Júpiter, no dia 30 de dezembro de 2020. O cientista cidadão Kevin M. Gill processou a imagem, dois anos depois, a partir de dados brutos do instrumento JunoCam a bordo da nave.

No momento em que a imagem em bruto foi captada, Juno estava a cerca de 32 mil quilómetros acima do topo das nuvens de Júpiter, indica a agência espacial norte-americana.

Lançada em 2011, a sonda orbita Júpiter desde o dia 4 de julho de 2016, com o primeiro sobrevoo científico a ocorrer 53 dias depois. Durante este tempo, percorreu mais de 820 milhões de quilómetros, espreitando nomeademente as luas geladas Europa e Ganimedes, além da ardente Io.

Clique nas imagens para mais detalhe

Chegou a ter o seu o fim marcado para o verão de 2021, que seria concretizado num mergulho na vasta atmosfera de Júpiter, com “morte assistida”, para o derradeiro objetivo de recolher o máximo de dados possível, antes das elevadas pressões destruírem a nave. Só que a NASA mudou de ideias.

A agência espacial decidiu prolongar a missão da sonda até setembro de 2025, atribuindo-lhe novas “áreas” para explorar. Juno ficou de alargar a sua capacidade de observação a todo o sistema joviano, ou seja, planeta, anéis e luas, nomeadamente com “espreitadelas” às intrigantes e geladas Ganimedes e Europa, além da ardente Io.