Detetado pela primeira vez em 2004, o asteroide Apophis, que conta com uma dimensão equivalente a três campos de futebol, foi considerado como uma das maiores ameaças espaciais ao nosso planeta. As previsões dos astrónomos davam conta de uma preocupante possibilidade do asteroide atingir a Terra em 2068. No entanto, novas observações descartam o possível impacto, pelo menos, durante os próximos 100 anos.

No início de março, o asteroide fez uma passagem a 17 milhões de quilómetros da Terra. A aproximação deu aos astrónomos do Goldstone Deep Space Communications Complex da NASA e do Green Bank Observatory a oportunidade de estudá-lo mais profundamente.

Imagens do asteroide Apophis
créditos: NASA/JPL-Caltech e NSF/AUI/GBO

As observações permitiram fazer novos cálculos da rota do asteroide. A próxima passagem do Apophis está prevista para o dia 13 de abril de 2029, altura em que estará a uma distância de menos de 35.000 quilómetros da Terra. A gravidade do nosso planeta tem um forte impacto no rochedo espacial e, anteriormente, acreditava-se que causaria uma alteração à sua rota, a qual provocaria um impacto com a Terra em 2068.

“Um impacto em 2068 já não se afirma como uma possibilidade e os nossos cálculos não demonstram qualquer risco pelo menos durante os próximos 100 anos”, explica Davide Farnocchia do Center for Near-Earth Object Studies (CNEOS) da NASA, citado em comunicado.

Há 1.136 objetos próximos da Terra na lista de risco e o NEOCC mantém a vigilância
Há 1.136 objetos próximos da Terra na lista de risco e o NEOCC mantém a vigilância
Ver artigo

O asteroide que toma o nome do deus egípcio do caos acabou por ser removido da lista de risco do CNEOS, assim como da lista do Near-Earth Object Coordination Centre (NEOCC) da ESA.

A observação de pequenos (e grandes) corpos no sistema solar e a avaliação e monitorização do seu potencial de se tornarem um risco está no centro da missão da NEOCC. A unidade da ESA atualizou recentemente o seu website, onde é possível consultar a sua lista de risco e acompanhar os objetos espaciais que se aproximam mais da órbita da Terra.