No início de março, um destroço de um foguetão Falcon 9 da SpaceX vai atingir a superfície da Lua. O impacto previsto para o próximo mês não será visível a partir da Terra, no entanto, um astrónomo conseguiu captar o módulo do foguetão da empresa de Elon Musk à medida que se movimentava pelo Espaço.

Tendo por base um conjunto de 268 imagens captadas através de um telescópio robótico, Gianluca Masi, astrónomo do Virtual Telescope Project, criou uma animação do módulo do foguetão.

Como explica o astrónomo, o telescópio acompanhou o movimento aparente do módulo, que estava às “cambalhotas” e que, na animação, surge como um ponto intermitente ao centro. No momento em que foi captado, o destroço do Falcon 9 estava a uma distância de cerca de 190.000 quilómetros de distância.

Astrónomo capta destroço do foguetão Falcon 9 da SpaceX em rota de colisão com a Lua Astrónomo capta destroço do foguetão Falcon 9 da SpaceX em rota de colisão com a Lua
créditos: Gianluca Masi | Virtual Telescope Project

À medida que avança em direção à Lua, o destroço do Falcon 9 deixará de ser visível a partir da Terra e hoje é o último dia em que poderá ser observado. A pensar nos entusiastas da observação astronómica que se encontram em locais que não reúnem as condições ideais para acompanhar a passagem, o Virtual Telescope Project vai fazer uma transmissão ao vivo, a partir das 19h00 (hora de Lisboa) a partir do seu website.

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Recorde-se que o módulo em questão foi usado pela empresa de Elon Musk em 2015, para lançar o Deep Space Climate Observatory (DSCOVR). Embora a missão tenha sido bem-sucedida, o módulo superior do foguetão ficou sem energia suficiente para escapar da gravidade Terra-Lua, num ponto em órbita do Sol longe de possíveis observações terrestres.

No início de 2022, o módulo foi encontrado pelas câmaras de um observatório, momentos antes de uma aproximação à Lua, a 5 de janeiro. Inicialmente, os especialistas pensavam que se tratava de um asteroide, mas observações mais aprofundadas permitiram verificar que se tratava de parte do foguetão, identificada como NORAD 40391.

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Tal como nota a Agência Espacial Europeia (ESA), esta será a primeira vez que lixo espacial desta dimensão colide com o satélite natural da Terra. Atualmente não existem diretrizes claras para regular a eliminação de naves espaciais ou módulos superiores enviados para pontos de Lagrange. As opções mais comuns têm passado pelas colisões com a Lua ou regresso com a consequente queima na atmosfera terrestre.