A 30 de junho de 1908, um asteroide abalou a região remota de Tunguska, na Sibéria, Rússia, com uma explosão colossal que iluminou o céu, derrubando milhões de árvores e causando um estrondo ouvido a centenas de quilómetros de distância.
Inspirados pelo acontecimento histórico e preocupados com a ameaça que estes corpos celestes possam representar para a Terra, em 2014 um grupo de visionários propôs a criação do Dia Internacional do Asteroide - entre eles estava Brian May, guitarrista da banda Queen.
Escolhida em homenagem ao evento de Tunguska, considerado o maior do género da história moderna, a data de 30 de junho seria dedicada a aumentar a consciencialização sobre os asteroides e a importância de proteger nosso planeta contra possíveis impactos.
O reconhecimento oficial pela Assembleia Geral das Nações Unidas foi confirmado dois anos depois, em 2016, e solidificou o compromisso global de educar o público sobre os riscos dos asteroides e promover a investigação e o desenvolvimento de tecnologias para deteção e desvio.
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Estima-se que existam cinco milhões de objetos próximos da Terra com dimensões superiores a 20 metros, limite acima do qual um impacto pode causar danos na superfície terrestre. Entidades como a ESA estão atentas, mas que nem sempre são fáceis de detetar.
Com 2.310 metros de diâmetro, o asteroide (415029) 2011 UL21 que “visitou” a Terra esta quinta-feira pode servir de exemplo, já que só foi detetado duas semanas antes da sua passagem.
E depois da visita do (415029) 2011 UL21, e num fenómeno pouco comum, a Terra prepara-se para receber a visita do 2024 MK, este sábado, 29 de junho, bem a tempo de “acolher” o Dia do Asteroide.
Com entre 120 e 260 metros de dimensão, o 2024 MK é grande para um objeto próximo da Terra (NEO), já que passará a 290.000 km da superfície terrestre - aproximadamente 75% da distância entre a Terra e a Lua. Não vai ser o caso, mas um asteroide deste tamanho causaria danos consideráveis se chocasse com o planeta.
O tamanho importa para a classificação de um asteroide, mas não só - e pode nem sequer ser o mais importante. Existem outras variáveis a considerar quando se avaliam os potenciais danos do impacto deste tipo de objetos espaciais.
Além das características do asteroide, o ângulo da trajetória, a potência das ondas de choque e o terreno de impacto são fatores que determinam o nível dos danos causados pelo embate de tais elementos rochosos com a Terra.
Uma das variáveis a considerar é a quantidade de energia cinética transferida para a superfície terrestre. Há uma enorme quantidade de energia libertada na forma de uma onda de choque, com o embate. A potência dessa onda de choque dependerá da massa e velocidade com que o asteroide atinge a Terra, bem como do terreno afetado.
Antecipando o Dia do Asteroide, a ESA reuniu num vídeo o top das 10 maiores crateras vistas do Espaço. Veja aqui:
Nas últimas duas décadas, o Gabinete de Defesa Planetária da ESA tem realizado deteção e análise de NEO potencialmente perigosos, sob uma série de projetos dedicados a melhorar a capacidade de detetar, rastrear e mitigar a existência de asteroides potencialmente perigosos. Com lançamento previsto ainda este ano, a missão Hera faz parte do primeiro teste mundial de deflexão de asteroides.
De volta ao presente, acrescentamos que a passagem do asteroide 2024 MK acontece por volta das 14h46 (em Lisboa) deste sábado e que, devido ao combinado entre “tamanho e proximidade”, será observável nos céus de algumas partes do mundo usando apenas um pequeno telescópio ou uns bons binóculos, sugere a ESA.
Longe de estar previsto que algo de semelhante aconteça nos próximos tempos, aproveite para recordar passagem do impressionante meteoro que sobrevoou Portugal, na noite de 18 para 19 de maio último, surpreendendo, ao género “photobomb”, muitas pessoas que registavam (outros) momentos de uma normal noite de sábado, nas imagens partilhadas nas redes sociais, a par de alguns memes.
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