No início desta semana, a agência espacial europeia (ESA) deu início às manobras de reentrada assistida do satélite Aeolus na Terra. Com a “morte” do satélite a aproximar-se a largos passos, a ESA mostra, num novo vídeo, como tudo se vai processar.

Ao todo, o processo de reentrada assistida é composto por quatro fases, com a primeira delas a ocorrer a uma altitude de 280 quilómetros. Nesta fase, o objetivo passa por fazer com que o satélite desça até 250 quilómetros, verificando como reage a uma manobra desta dimensão e a uma altitude muito mais baixa do que o habitual.

Veja o vídeo 

Após três a cinco dias, os operadores da missão avançam para a segunda fase realizam um conjunto de quatro manobras para fazer com que o satélite desça até uma altitude de 150 quilómetros, sendo este o ponto de órbita mais próximo da Terra. Esta é a fase onde a missão se encontra atualmente.

Na terceira fase, prevista para amanhã, dia 28 de julho, a última manobra vai permitir uma descida para uma altitude de 120 quilómetros e, por fim, na quarta fase, descrita pela ESA como a mais curta, o satélite completará o processo de descida, reentrando na atmosfera terrestre e com grande parte do satélite a arder a partir dos 80 quilómetros de altitude.

Satélite Aeolus cada vez mais próximo da morte. ESA alinha tudo para uma reentrada assistida e segura
créditos: ESA

Como é possível ver no vídeo, o satélite é constantemente virado, num ângulo de 180°, alternando entre duas posições. A primeira assegura que as antenas do Aeolus estão em direção à Terra, permitindo que operadores da missão comuniquem com o satélite. Já na segunda posição os propulsores são ativados na direção oposta à orientação que está a seguir, de modo a que perca energia e que a sua órbita continue a descer.

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Embora a equipa da ESA não tenha uma previsão exata de onde os fragmentos do Aeolus vão cair quando chegarem à Terra, os operadores vão guiar o satélite da direção do Oceano Atlântico, de modo a que não atinjam zonas de risco. A ESA optou por realizar uma reentrada assistida para ajudar a mitigar o problema dos detritos espaciais e das reentradas descontroladas.

Recorde-se que o satélite Aeolus foi lançado para o Espaço a 22 de agosto de 2018, tendo como missão recolher dados para ajudar os cientistas a melhorar as previsões meteorológicas, levando consigo o instrumento ALADIN, que permitia medir a velocidade do vento.

Clique nas imagens para ver algumas dos dados recolhidos pelo satélite Aeolus