As medidas de isolamento postas em prática por governos em todo mundo para conter a propagação da pandemia de COVID-19 estão a ter um decréscimo no nível de poluição mundial e uma melhoria da qualidade do ar. Os mais recentes dados do Global Modeling and Data Assimilation Office da NASA revelam uma diminuição drástica das emissões de compostos poluentes em países como a China, a Coreia do Sul, a Itália e a Índia.
De acordo com os dados avançados pela Reuters, o nível de materiais particulados de nitratos (PM2,5), partículas com uma espessura inferior à de um cabelo humano, causado pela queima de combustíveis fósseis diminuiu significativamente desde janeiro deste ano. Dado à sua dimensão, os PM2,5 conseguem penetrar facilmente nos pulmões e entrar na corrente sanguínea, podendo causar doenças cardíacas ou cancro. Além disso, registaram-se na província de Wuhan níveis de dióxido de nitrogénio abaixo da média verificada entre 2014 e 2019.
Recorde-se que as imagens de satélite da ESA e da NASA já tinham mostrado como os níveis de poluição tinham baixado na China com o período de quarentena imposto pela pandemia, que levou ao confinamento de pessoas e, por sua vez, à redução do tráfego de veículos com motor de combustão e à menor atividade industrial. No entanto, à medida que o país recupera da pandemia, começaram a aumentar gradualmente os níveis de poluição.
Já na Coreia do Sul, registaram-se níveis de PM2,5, assim como de dióxido de nitrogénio, carbono e enxofre abaixo da média verificada entre 2014 e 2019. Ainda no continente asiático, a Índia demonstra também uma forte tendência de redução da poluição atmosférica visível na comparação entre vídeos captados em maio e novembro de 2018 e abril de 2020.
Na Europa, as diferenças a nível de poluição atmosférica em Itália são notórias. As imagens do Global Modeling and Data Assimilation Office da NASA estão em linha com os mais recentes dados satélite Copernicus Sentinel-5P que confirmam quebras do nível de dióxido de nitrogénio de 45-50% em comparação ao período homólogo do ano passado.
Em Portugal, as imagens do satélite Europeu Copernicus Sentinel 5P processadas pelos peritos do AIR Centre no início de abril demonstraram também uma redução drástica nos níveis de NO2. No caso de Lisboa a redução foi mais significativa, chegando aos 80% em alguns locais da capital, e no Porto a redução atinge os 60%.
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