No passado dia 8 de abril ocorreu um eclipse solar total, um espetáculo raro completo que apenas foi visível em algumas regiões da América do Norte e parcialmente em outros locais. Foram quatro minutos em que o céu escureceu em plena luz do dia, transformando-se em noite, como foi registado nas fantásticas fotografias que correrem o mundo.
Antes do eclipse total solar, os cientistas da Predictive Science de São Diego tentaram simular o fenómeno, de forma a prever como seria a atmosfera externa do sol, a coroa, durante toda a cobertura do eclipse. O objetivo destas previsões era ajudar os investigadores a compreender a eficácia dos seus modelos da coroa solar, que se estendem ao longo do seu campo magnético.
Veja a comparação da imagem de previsão e a real do eclipse solar total:
Segundo os cientistas, este eclipse solar ofereceu uma oportunidade rara de observar toda a coroa do Sol a partir de Terra. E dessa forma ajudar a investigação de quanta energia pode causar os raios solares e as ejeções da massa coronal, responsável por interferir com a tecnologia tanto no espaço como na Terra.
Para criar o modelo preditivo, os investigadores utilizaram os supercomputadores Aitken, Electra e Pleiades da NASA, localizados no centro de investigação da agência espacial na Califórnia. Foram ainda utilizados dados quase em tempo real do observatório solar da NASA e da ESA, assim como do Solar Orbiter para ajudar a criar um modelo dinâmico da coroa solar.
Na comparação da imagem da previsão do eclipse e do fenómeno real, o modelo dos investigadores foi capaz de acertar e prever diversos detalhes, explica a equipa no blog da NASA. Os longos raios na parte superior e inferior da imagem, embora as localizações dos mesmos estejam desalinhadas quando comparado com a real.
Estas são algumas das imagens do eclipse solar que correram o mundo
As diferenças deveram-se a alguma nova atividade num dos lados do Sol que afetaram a aparência da coroa, que nunca tinha sido registada e dessa forma não introduzida no modelo. Quando foi atualizado, o modelo aproximou-se daquilo que são os registos reais da coroa.
A equipa afirma que a coroa é complexa e difícil de prever durante a intensidade máxima, mas a simulação foi bastante positiva, oferecendo muitas vantagens cientificas aos investigadores. Pode interagir com o modelo criado do eclipse e observar as diferentes previsões do real.
Os cientistas fizeram outros testes para estudar os efeitos do eclipse. Durante o eclipse, a NASA lançou três foguetões a partir das suas instalações na Virgínia para recolher dados sobre a forma como o desaparecimento súbito do Sol afeta a ionosfera e cria perturbações que podem interferir com as comunicações na Terra.
Na parte das experiências, a ESA também olhou para o céu - ou mais especificamente para o Sol. A Agência espacial europeia teve a sonda Solar Orbiter na "primeira fila cósmica", com uma vista exclusiva para a coroa do Sol que permitirá registar erupções perigosas. Em Terra, testou o hardware da Proba-3 para garantir que tudo funciona quando tiver de criar eclipses artificiais no espaço.
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