A NASA mostrou algumas peças fabricadas em alumínio, com designs pouco convencionais, parecendo mais estatuetas e peças de arte, do que componentes essenciais para os veículos que a agência utiliza nas missões espaciais. A grande novidade é que estas peças de hardware foram desenhadas por inteligência artificial, que nas palavras o investigador de engenharia, Ryan McClelland, “parecem estranhas e extraterrestres, mas depois de as verem em utilização, fazem realmente sentido”.

A decisão de optar por engenharia a partir de IA, fez com que as peças pesassem menos, tolerassem mais cargas estruturais e requerem apenas uma fração do tempo que um engenheiro humano demoraria para as conceber. A NASA explica que para criar as peças, um especialista em CAD começa por definir os requisitos da missão, desenhando nas superfícies onde as peças se ligam aos instrumentos ou à nave espacial, assim como qualquer encaixe ou parafusos para os componentes eletrónicos e outro hardware. O designer pode definir áreas interditas, para que o algoritmo não bloqueie raios laser ou sensores óticos.

Veja na galeria imagens das peças criadas por IA

Depois de serem definidos as áreas fora de limite e que não podem ser alteradas, é a vez da IA fazer a ligação dos pontos, criando designs complexos das estruturas, demorando uma ou duas horas no processo. Apesar da utilidade, os designs requerem sempre um “olho humano”, porque a sua intuição ajuda a perceber o que parece correto, mas se os algoritmos forem deixados sozinhos, podem criar estruturas demasiado finas.

No entanto, as estruturas poupam quase três terços do peso dos componentes tradicionais. Depois de se conseguir encontrar o protótipo necessário, afiná-lo e obtê-lo numa semana. “É algo radicalmente rápido quando comparado com o que estão habituados a trabalhar.

Mas são estas peças criadas por IA seguras? A NASA diz que estas são submetidas às mesmas formas de validação, utilizando o seu software e os processos de identificação de potenciais pontos de falha. Segundo Ryan McClelland, “descobrimos que diminui os riscos. Depois das análises de stress, descobrimos que as peças criadas pelos algoritmos não têm as mesmas concentrações de stress existentes nos designs criados por humanos”. E acrescenta que os fatores de stress são quase 10 vezes mais baixos que as peças criadas por um técnico humano especialista.

As técnicas utilizadas por IA já são usadas em diferentes níveis de design e construção das suas missões espaciais, desde balões de observação astrofísica, scanners da atmosfera terrestre, instrumentos planetários, monitores de observação de meteorologia espacial, telescópios espaciais. Até na missão de recuperação das amostras de Marte têm um “dedo” de IA.