"Atenção Lua, estamos a caminho" Este foi o tweet que a NASA publicou depois da partida do foguetão SLS (Space Launch System) que marca um primeiro passo da missão Artemis que pretende garantir novamente a presença de humanos na Lua.
Após vários adiamentos, a NASA já tinha marcado o dia 16 de novembro como data de lançamento da missão Artemis I. Apesar do mau tempo causado pelo furacão Nicole, que chegou a causar alguns danos ligeiros à cápsula Orion devido aos ventos fortes, o foguetão desenvolvido pela agência espacial norte americana, que tem dado dores de cabeças aos cientistas, acabou por partir hoje antes das 6.47 horas da manhã em Portugal, a partir da base de lançamento 39B, no centro espacial Kennedy na Flórida.
As fases de lançamento foram cumpridas de forma perfeita e a capsula Orion, que no futuro transportará astronautas, já está em órbita.
O lançamento é a primeira fase de uma missão na qual a cápsula Orion vai viajar aproximadamente 40 mil milhas para lá da Lua e regressar à Terra em 25,5 dias, esperando-se o regresso no dia 11 de dezembro, com a missão a terminar com um mergulho no Oceano Pacífico.
Esta é a primeira vez que o foguetão SLS e a cápsula Orion voam juntos e a NASA assinala que é um novo capítulo para a exploração da Lua pelos humanos. A pressão tem sido grande nos últimos meses, depois de vários adiamentos da partida da Artemis I devido a problemas técnicos, mas a NASA foi sempre garantindo que estava tudo controlado e que não lançaria a missão enquanto não estivesse "tudo certo".
A missão continua a ser acompanhada de forma próxima e a NASA tem a transmissão aberta para quem quiser seguir os vários passos do SLS e da cápsula Orion. O foguetão prepara-se para regressar à base depois de ter colocado a Orion em órbita
"Vamos à Lua": O primeiro passo para o esperado regresso dos humanos
A Artemis I é uma missão não tripulada e pretende testar os sistemas tecnológicos do programa Artemis. Em vez de astronautas, a cápsula Orion transporta três manequins de teste. O que está na posição de comandante foi batizado como Moonikin “Campos” e conta com sensores para medir os efeitos da aceleração e vibração.
Os outros dois manequins, duas "mulheres", são feitos de materiais que imitam os ossos ou órgãos humanos. Um destes dois manequins vai vestido com um fato antirradiação e haverá instrumentos para medir as taxas de radiação recebidas a bordo.
O kit oficial de voo tem ainda uma série de elementos, e dois passageiros especiais, escolhidos para acompanhar a missão, os peluches da Ovelha Choné, que é uma mascote da ESA, e do Snoopy de Charles M. Schulz, que vai servir de sinal de orientação para teste de microgravidade.
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Há ainda uma réplica 3D da deusa grega Artemis, sementes e uma pedra do Mar Morto, entre mais de 180 elementos fornecidos por várias agências espaciais e escolhidos em concursos que envolveram alunos e outras organizações.
Na missão são ainda transportados dez pequenos satélites científicos, que serão lançados no Espaço para estudar os efeitos da radiação, um asteroide ou a superfície gelada da Lua.
42 dias, 3 horas e 20 minutos para um teste à capacidade de voltar à Lua
O calendário da missão estava definido desde há meses. Depois de circundar a Terra, o foguetão SLS dá o impulso para posicionar a Orion na trajetória da Lua, aproximadamente hora e meia depois da descolagem. Um módulo da Agência Espacial Europeia, ESA, aponta a cápsula ao seu destino e de regresso a casa, e no futuro é responsável por fazer o controle das condições de vida dos astronautas, com luz, água, oxigénio, nitrogénio e controlo de temperatura.
A viagem até à Lua dura cerca de quatro dias e a Orion vai estar a cerca de meio milhão de quilómetros da Terra. A Estação Espacial Internacional, onde vivem e trabalham astronautas em permanência há mais de 20 anos, está aproximadamente a 400 quilómetros.
A primeira missão Artemis (Artemis I) tem a duração total de cerca de mês e meio e a nave Orion vai voar em redor da Lua, depois de se separar do foguetão SLS, durante algumas semanas antes de regressar à Terra e amarar no oceano Pacífico.
A missão tem uma duração total de 42 dias, 3 horas e 20 minutos. Nesse período a Orion vai orbitar a Lua a cerca de 100 quilómetros acima da superfície e depois usará a força gravitacional do satélite natural para fazer uma nova órbita, mais profunda, a cerca de 70 mil quilómetros.
A Orion vai permanecer nesta órbita durante cerca de seis dias, para recolher dados e para que os controladores da missão possam avaliar o seu desempenho, numa órbita que é feita na direção oposta à que a Lua orbita a Terra.
Depois da missão Artemis I, a NASA espera em 2024 levar astronautas para a órbita da Lua, na missão Artemis II, em 2024, e para a sua superfície, na Artemis III, no final de 2025, com a primeira mulher e a primeira pessoa de cor a pisarem o satélite natural da Terra. Depois será a vez da conquista de Marte, que também está nos planos da NASA.
A partida para as futuras missões lunares será feita de uma estação espacial a instalar na órbita da Lua, a Gateway. Com o programa Artemis, a NASA espera “estabelecer missões sustentáveis” na Lua a partir de 2028, prevendo-se o projeto futuro de levar astronautas para Marte.
Nota da Redação: Foi adicionada mais informação. Última atualizaçãi 11h03
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