A órbita da Terra, sendo elíptica em vez de perfeitamente circular, resulta em distâncias diferentes em relação ao Sol ao longo do ano e esta quarta-feira, dia 3 de janeiro, é o dia de 2024 em que o Planeta Azul está mais próximo do astro-rei.

Em astronomia, o periélio é explicado como o ponto da órbita de um corpo - seja ele planeta, asteroide ou cometa -, que está mais próximo do Sol, o que também coincide com a maior velocidade de translação orbital. Opõe-se ao afélio, em que acontece absolutamente o contrário.

Esta quarta-feira a Terra está cerca de 3% mais próxima do Sol, a aproximadamente 147 milhões de quilómetros, ou seja, uns cinco milhões de quilómetros a menos do que no afélio. A distância média é de cerca de 150 milhões de quilómetros.

O momento coincide com a maior velocidade de translação orbital do planeta, que atinge os 30,3 quilómetros por segundo.

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O periélio faz com que o Sol pareça marginalmente maior da Terra, um acontecimento que se repete no início de janeiro, coincidindo com o verão no Hemisfério Sul. Por outro lado, o afélio acontece no início de julho, durante o inverno do Hemisfério Sul.

Esta quarta-feira é o dia em que a Terra vai estar mais próxima do Sol e com órbita mais acelerada
Esta quarta-feira é o dia em que a Terra vai estar mais próxima do Sol e com órbita mais acelerada
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O periélio da Terra em relação ao Sol ocorre por volta de catorze dias após o solstício de dezembro, não calhando exatamente no mesmo dia todos os anos, dependendo da dinâmica orbital da Terra.

Ao longo de períodos mais longos, como a cada 58 anos, muda cerca de um dia, mas flutuações de curto prazo também podem fazer com que essas datas variem em até dois dias de um ano para outro.

A comunidade científica prevê que em 6430, daqui a mais de 4.400 anos, o periélio poderá alinhar com o equinócio de março - altura em que o dia e a noite têm igual tempo, cada um durando exatamente 12 horas.

Visto que o periélio é o ponto da órbita de um corpo celeste que está mais próximo do Sol, o fenómeno astronómico também tem implicações para as missões espaciais. Por exemplo, para os observatórios espaciais que orbitam o astro-rei, como a Parker Solar Probe que em 2021 se tornou no primeiro instrumento espacial a "tocar” o Sol.

A sonda voou através da atmosfera superior do astro-rei, ou coroa, e recolheu amostras de partículas e dos campos magnéticos com êxito.

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Um outro exemplo é o cometa C/2022 E3 (ZTF) que viu o gelo no seu núcleo passar para o estado gasoso, libertanfo uma longa cauda que refletiu a luz do astro-rei, quando há um ano atingiu o seu periélio.