Visitou a Terra há 50.000 anos e está agora de regresso. Com apenas um quilómetro de diâmetro, o cometa C/2022 E3 (ZTF) já terá atingido o seu periélio - o ponto mais próximo do Sol. Isso significa que o gelo no seu núcleo passa para o estado gasoso e liberta uma longa cauda que reflete a luz do astro-rei.
O cometa brilhará em todo o seu esplendor, podendo ser visto a olho nu, quando estiver mais perto da Terra, o que deverá acontecer no final de janeiro, princípios de fevereiro. Mais especificamente, está previsto que a 1 de fevereiro atinja o perigeu, o ponto mais próximo da Terra, a 42,5 milhões de quilómetros de distância.
O melhor período de observação deste pequeno corpo rochoso de cauda esverdeada será, por isso, o fim de semana de 21 e 22 de janeiro e a semana seguinte, ajudando se o céu estiver limpo e o brilho da Lua não incomodar. Também faz diferença se escolher um sítio sem poluição luminosa.
Há uma outra rocha espacial na vizinhança e, inclusive, está no radar dos astrónomos, pela probabilidade existente de impactar a Terra, ou pelo menos a atmosfera terrestre. As hipóteses do asteroide 2016 LP10 atingir a Terra a 10 de junho próximo, são de 1 em 9.000, na classificação segundo a ESA. Haverá, no entanto, poucos motivos para preocupação, pois estima-se que tenha apenas quatro metros de diâmetro, devendo queimar quase completamente antes de atingir a superfície.
Podem também entrar no rol de espetáculos espaciais de 2023 as manchas que têm “animado” o Sol, uma vez que a atividade no Astro-Rei continua a crescer até um pico previsto para 2025, com alguma probabilidade de desencadear uma ou outra explosão na direção da Terra - interferindo com as comunicações.
Relatórios recentes dão, inclusive, conta da descoberta de três manchas solares, todas classificadas como “classe delta”, de tão ativas e instáveis que se apresentam. Foram denominadas como AR3181, AR3182 e AR3183, e atualmente estão todas viradas para a Terra.
A parte positiva na atividade da superfície solar é que também aumenta a atividade auroral, tornando todo o ano de 2023 numa excelente oportunidade, para quem gosta de observar os céus, de ficar atento às luzes do norte e do sul, especialmente em latitudes mais altas.
Estrelas cadentes como sempre. E eclipses
As “chuvas de estrelas” seguem aproximadamente o mesmo calendário de ano para ano, à medida que a Terra passa por diferentes nuvens de detritos cósmicos em mais uma viagem de 365 dias em redor do Sol. A primeira sessão aconteceu há uns dias, com as Quadrântidas no papel principal.
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O próximo espetáculo de “estrelas cadentes” acontece em abril, quando as Líridas atingem o seu pico, a 22 e 23 de abril. Esta é uma rara chuva de meteoros altamente visível dos hemisférios norte e sul e este ano coincide com a Lua quase toda escura.
Já uma Lua cheia ou quase cheia será mais um problema para as Eta Aquáridas, na primeira semana de maio, e as Delta Aquáridas do Sul, que terão o seu pico nas duas últimas noites de julho.
A mais famosa de todas as “chuvas de estrelas”, a de Perseidas, ocorre na segunda quinzena de julho e durante todo o mês de agosto, com pico na noite de 12 de agosto e na manhã seguinte, onde pode ser possível ver até 100 meteoros por hora, com interferência mínima da Lua.
Agora colocando a Lua no papel principal, prepare-se para um "quarteto modo XL", ou seja, em formato super lua, “agendadas” para 3 de julho, 1 de agosto, 31 de agosto e 29 de setembro.
O satélite natural também vai ser protagonista no campo dos eclipses. O primeiro dos quais é solar total, a 20 de abril, mas apenas para a região do Oceano Índico e no oeste pouco povoado da Austrália e no sul da Indonésia. Uma região um pouco mais ampla terá direito a um eclipse solar parcial.
Prevê-se que mais espetacular seja o eclipse solar anelar de 14 de outubro, um tipo de eclipse em que a lua não cobre completamente todo o disco do Dol, resultando num efeito de "anel de fogo" ao redor da Lua no céu.
Recorde-se que o último eclipse total da Lua decorreu no passado mês de novembro e que o próximo só acontece em 2025. Pode sempre rever o evento através das lentes telescópicas e fotográficas que o registaram um pouco por todo o mundo.
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