É um entusiasta da observação astronómica? Prepare o telescópio, ou vá buscar os binóculos ao baú, porque hoje Júpiter vai estar no ponto mais próximo da Terra dos últimos 59 anos e o planeta vai parecer maior e mais brilhante do que o habitual, havendo ainda a possibilidade de observar quatro das suas luas.
Mas por que motivo sucede este fenómeno? Existem dois fatores importantes a jogo e que raramente ocorrem em simultâneo. Como explica a NASA, a Terra e Júpiter não orbitam em torno do Sol em círculos perfeitos, o que significa que, ao longo do ano, passam um pelo outro a distâncias diferentes.
Este ano, Júpiter vai passar a uma distância de 591 milhões de quilómetros da Terra. Segundo a agência espacial norte-americana, a última vez em que o planeta esteve tão próximo do nosso ocorreu em 1963.
A esta aproximação junta-se um outro factor, pois Júpiter vai estar em oposição ao Sol, algo que acontece a cada 13 meses. De acordo com a NASA, “de um ponto de vista terrestre”, este fenómeno sucede “quando um objeto astronómico surge a Este à medida que o Sol se põe no Oeste, colocando o objeto e o Sol em lados opostos da Terra”.
Como observar o fenómeno?
Segundo Adam Kobelski, astrofísico e investigador do Marshall Space Flight Center da NASA, com um bom par de binóculos será possível observar algumas faixas, como a faixa central, do planeta, assim como três ou quatro das suas luas, sendo elas Io, Europa, Calisto e Ganimedes. Já um telescópio permite a observação da característica mancha do planeta e das faixas com maior detalhe.
Quer opte por binóculos ou por um telescópio, o importante é que tenha um “setup” estável, afirma o investigador, e que escolha um local com uma altitude elevada, idealmente numa zona escura e seca.
Precisa de ajuda para encontrar o planeta no céu? O website Timeanddate dispõe de um mapa interativo, que pode ajustar consoante o local em que se encontra para obter dados mais precisos acerca da localização do planeta no céu noturno e sobre qual o momento ideal para o observar.
Se está, por exemplo, em Lisboa, fica a saber que, de acordo com os dados avançados pela plataforma, Júpiter vai nascer pelas 19h27 e poderá encontrá-lo no céu noturno perto da constelação de Peixes. O fenómeno, que tem início pelas 20h30, atingirá o ponto máximo a partir das 01h29.
De modo semelhante, pode também recorrer ao website In-the-sky.org para mais detalhes úteis acerca da observação do fenómeno, sendo também possível inserir a localização onde se encontra para informação mais exata.
É certo que nem todos temos os meios para observar o fenómeno em todo o seu esplendor, no entanto, poderá acompanhá-lo através da Internet, em transmissões ao vivo, como aquela que está a ser feita pelo canal SpaceTV+ no YouTube.
Como avança o website Space.com há ainda a possibilidade de o Virtual Telescope Project acompanhar o fenómeno, porém, note-se que, simultaneamente, o projeto estará a observar ao vivo a missão DART da NASA, onde, pela primeira vez na história, uma sonda vai chocar de propósito contra um asteroide com o objetivo de testar o desvio de potenciais ameaças à Terra.
Recorde-se que, recentemente, o telescópio espacial James Webb voltou mostrar o seu poder com imagens surpreendentes de Júpiter. O conjunto de fotografias, que também inclui o registo de espectros de vários asteroides, foi obtido para testar os instrumentos do telescópio antes do início oficial das operações científicas, a 12 de julho.
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