Voltou a ser adiado o lançamento do telescópio James Webb. Estava previsto para o próximo dia 22 de dezembro. A NASA informou esta terça-feira que a data vai ser alterada e avançou uma nova. O lançamento do sucessor do Hubble deve, afinal, acontecer no dia 24 de dezembro, mesmo a tempo do Natal, se não houver mais atrasos. Esta sexta-feira, a NASA conta fazer um novo ponto de situação sobre este tema.

Na origem do novo adiamento está um problema de comunicação que a agência admite não conseguir resolver até dia 22. “A equipa do James Webb Space Telescope está a trabalhar num problema de comunicação entre o observatório e o sistema de lançamento do veículo”, adiantou uma porta-voz da agência, numa declaração citada pela News.com.

A complexidade do telescópio tem levado a vários atrasos na data de lançamento, que inicialmente se previa que pudesse acontecer em 2007. Este ano, o lançamento já foi adiado três vezes. Uma dos aspetos que tem desafiado os cientistas é o próprio design do telescópio, que vai dobrar como um origami para se lançar ao espaço e voltará a ser aberto, quando já estiver em “espaço firme”. O processo de reconfiguração do James Webb, com o seu enorme espelho primário de 6,5 metros, também não será simples, e deve levar cerca de seis meses.

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O James Web resulta de uma cooperação entre a NASA, a Agência Espacial Europeia e a Agência Espacial Canadiana. O lançamento do telescópio está previsto para o porto espacial da ESA, na Guiana Francesa e será feito com o auxílio de um foguetão Ariane 5. Para chegar ao local de lançamento foram necessários 16 dias de viagem, que se seguiram a muitos meses de preparação e à criação de contentores especiais para o transporte marítimo. Depois de chegar ao destino, houve semanas de preparação, que passaram pela montagem do telescópio e pelos mais diversos testes.

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No dia do lançamento a segurança e verificação das operações envolve o Instituto de Soldadura e Qualidade, integrado no ESQS (Europe Spatial Qualité Sécurité). O organismo português vai ser responsável pela verificação da conformidade dos testes elétricos e de radiofrequência (antenas), abastecimento do tanque de combustível e as respetivas operações de pressurização, bem como a integração final no lançador.

O James Webb foi pensado para ajudar os cientistas a compreenderem a origem do universo. Vai permitir observar a formação das primeiras galáxias, estudar a sua evolução, ver a produção de elementos pelas estrelas e acompanhar o processo de formação de estrelas e planetas. Vai concentrar-se-á em quatro áreas principais: a primeira luz no universo – ou a luz das primeiras estrelas, a formação de galáxias no início do universo, o nascimento de estrelas e sistemas protoplanetários e planetas, incluindo as origens da vida.