Mais até do que na Terra, é essencial que quem vive no espaço tenha uma rotina de exercício físico, por várias razões. A exploração espacial apresenta desafios de saúde únicos para os astronautas devido à falta de gravidade, isolamento e exposição à radiação, efeitos e implicações que a Agência Espacial Europeia (ESA) quer perceber com o programa SciSpacE.

No âmbito desta iniciativa, são feitas colaborações com investigadores para realizar experiências em microgravidade e em ambientes analógicos, analisando as consequências dos fatores de stress espacial. Uma preocupação crítica é a atrofia muscular e óssea, apesar de todas as rotinas diárias de exercícios que os astronautas mantêm.

Quem vive e trabalha na ISS exercita-se cerca de duas horas por dia, seis dias por semana, para se manter em forma e saudável ​​em órbita. Um dos equipamentos que ajudam as tripulações a “ginasticar” é a T2, uma passadeira presa à parede no Node 3, à qual, por sua vez, os astronautas se prendem através de um arnês e de elásticos.

Matthias Maurer está de regresso à Terra com muitas histórias sobre a ISS
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O objetivo é criar a sensação de correr numa passadeira tal como se estivessem na Terra, como chegou a demonstrar o alemão Matthias Maurer, na altura em que integrava a Crew-3, em representação da ESA.

Neste momento a agência espacial está a investigar a estimulação elétrica como uma potencial contramedida, para neutralizar a perda muscular e óssea, e já tem planeada a realização de testes a bordo da ISS.

Uma das peças centrais desta experiência é a "Estimulação Muscular", que consiste em aplicar descargas elétricas controladas aos músculos das pernas, com o objetivo de aumentar a massa muscular, força e recuperação.

A ESA explica os objetivos das atividades SciSpacE e detalha a experiência num vídeo acabado de lançar.

Veja o vídeo 

A abrangência da eficácia da experiência de estimulação muscular será verificada com avaliações complementares, incluindo exames de ressonância magnética, análise de microcirculação e amostras de sangue, explica a ESA.

E como o que se passa no espaço, não fica no espaço - ao contrário do que se passa em Vegas -, a agência destaca que os benefícios desta e de outras experiências espaciais do género podem refletir-se na Terra. “Os conhecimentos obtidos poderão traduzir-se em melhores cuidados de saúde para diversas populações, desde idosos a pacientes clínicos e atletas”.