O lançamento da missão Artemis I, composta pelo foguetão SLS (Space Launch System) e pela cápsula Orion, que se afirma como o primeiro passo no programa de regresso à Lua da NASA voltou a ser adiada devido a uma fuga de combustível.
Este não era o resultado esperado, mas Bill Nelson, administrador da NASA, reitera que a missão não será lançada enquanto não estiver tudo certo. "Não vamos enquanto não estivermos preparados, sobretudo agora num teste de voo (...) para garantir que está tudo a funcionar corretamente antes de colocarmos quatro humanos" no Espaço, realça o responsável.
Numa breve intervenção em direto após o anúncio do adiamento, o administrador da agência espacial norte-americana reforça que os adiamentos também fazem parte dos programas espaciais, relembrando a sua anterior experiência enquanto astronauta. "Isto faz parte do nosso programa espacial: estejam preparados para adiamentos", afirma.
Com o segundo adiamento da missão, a grande pergunta é quanto é que a NASA planeia outra tentativa de lançamento. De acordo com Bill Nelson, a equipa de gestão das operações vai reunir-se hoje para avaliar a situação e verificar se ainda existe uma oportunidade em breve ou não. Caso a equipa chegue à conclusão que de momento não estão reunidas as condições, o lançamento poderá decorrer em outubro.
"Eu diria em outubro, embora a janela de oportunidade abra no início do mês, suspeito que possa suceder em meados do mesmo, porque temos de nos lembrar que na primeira semana de outubro temos uma nova tripulação" a caminho da Estação Espacial Internacional, detalha Bill Nelson.
Recorde-se que ainda esta manhã, Charlie Blackwell-Thompson, diretora de lançamento, tinha dado "luz verde" para começar a encher os depósitos do foguetão SLS (Space Launch System) com combustível, mas cerca de uma hora depois, foi encontrada uma fuga de hidrogénio na base. O fluxo foi interrompido enquanto as equipas procuravam uma solução.
Como avança a NASA, as tentativas para remediar o problema falharam, levando ao adiamento do lançamento, com o relógio da contagem decrescente a ficar parado a T-2h28. Os engenheiros da agência espacial continuam a recolher dados acerca do problema para verificar se é possível decidir uma nova data de lançamento.
Já na primeira tentativa de lançamento, a 29 de agosto, os engenheiros começaram por detetar uma fuga de hidrogénio, que levou à paragem da contagem decrescente. Com a questão resolvida, outro problema foi encontrado, desta vez no terceiro dos motores do SLS.
Uma fuga de combustível impedia que o motor atingisse a temperatura correta para dar início ao processo de ignição. Além disso, foi também detetada uma fissura no material de proteção térmica de um dos componentes do estágio principal do foguetão.
As fugas de combustível prejudicaram o teste de contagem decrescente da NASA em abril, o que provocou uma série de reparações. O teste foi repetido com mais sucesso em junho, mas também foram detetadas algumas fugas.
Na altura, os técnicos disseram que não saberiam ao certo se as reparações seriam suficientes até carregarem hoje os tanques do foguetão. A missão Artemis I tem sofrido vários atrasos que levaram a que o orçamento deste teste em órbita lunar custasse 4.100 milhões de dólares (mais de 4.130 milhões de euros, ao câmbio atual).
A Artemis I é uma missão não tripulada e pretende testar os sistemas tecnológicos do programa. Depois da missão Artemis I, a NASA espera em 2024 levar astronautas para a órbita da Lua, na missão Artemis II, em 2024, e para a sua superfície, na Artemis III, no final de 2025, com a primeira mulher e a primeira pessoa de cor a pisarem o satélite natural da Terra.
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Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 18h00)
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