O álbum fotográfico do planeta Júpiter acaba de ser reforçado. Uma imagem recém-lançada do Telescópio Espacial Hubble mostra o planeta numa composição de cores em comprimentos de onda ultravioleta.

Divulgada para assinalar a chamada oposição de Júpiter, que ocorre quando o planeta e o Sol estão em lados opostos do céu, a nova imagem inclui a icónica "Grande Mancha Vermelha".

Embora a tempestade massiva pareça vermelha aos olhos humanos, na visão ultravioleta aparece mais escura, devido às partículas de neblina em altitudes elevadas que absorvem a luz nessas faixas de comprimento de onda.

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As neblinas polares avermelhadas e onduladas absorvem ligeiramente menos dessa luz, explica a NASA, devido a diferenças no tamanho das partículas, composição ou altitude.

Esta é uma imagem de “cor falsa”, porque o olho humano não pode detetar luz ultravioleta. Foi conseguida pela atribuição de cores no espectro de luz visível às imagens, cada uma tirada com um filtro ultravioleta diferente. Neste caso, as cores atribuídas para cada filtro são Azul: F225W, Verde: F275W e Vermelho: F343N.

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Os dados do Hubble usados para criar a nova imagem fazem parte de um projeto sobre o sistema de super tempestades furtivas de Júpiter. O objetivo é mapear nuvens de água profunda para definir estruturas de nuvens tridimensionais na atmosfera do gigante gasoso.

O percurso de décadas do Hubble e o seu ponto de vista único fornecem dados valiosos para mapear a evolução deste planeta dinâmico. Em específico, as capacidades de observação ultravioleta do telescópio permitem aos astrónomos estudarem comprimentos de onda curtos e de alta energia da luz, além do que a visão humana consegue alcançar.

A luz ultravioleta revela fenómenos cósmicos fascinantes, incluindo a luz das estrelas mais quentes e jovens incorporadas em galáxias locais, a composição, densidades e temperaturas do material entre as estrelas e a evolução das galáxias, exemplifica a NASA.