No universo pode haver um buraco negro "muito jovem", que remonta a “apenas” 850 milhões de anos após o Big Bang. Esta é a primeira evidência da existência de um buraco negro escondido de uma era tão remota e a descoberta foi possível graças à análise de dados recolhidos pelo Chandra X-Ray Observatory.
Trata-se de um quasar - um buraco negro supermassivo extremamente brilhante. De milhões a milhares de milhões de vezes mais “densos” do que o Sol, os buracos negros supermassivos crescem absorvendo material de um disco de matéria circundante. O crescimento rápido gera grandes quantidades de radiação numa região muito pequena ao redor do buraco negro.
De acordo com as teorias atuais, a densa nuvem de gás que alimenta o material no disco em torno de um buraco negro supermassivo, durante o seu período de crescimento inicial, "envolve" ou esconde a maior parte da luz brilhante do quasar. À medida que o buraco negro consome material e se torna mais massivo, o gás na nuvem esgota-se, possibilitando que o buraco negro e seu disco brilhante sejam descobertos.
“É extraordinariamente desafiador encontrar quasares nessa fase encoberta, porque grande parte de sua radiação é absorvida e não pode ser detetada pelos instrumentos atuais”, refere Fábio Vito, CAS-CONICYT Fellow da Pontificia Universidad Católica do Chile, que liderou o estudo agora disponível online. "Graças ao Chandra e à capacidade de os raios X penetrarem na nuvem obscura, achamos que finalmente conseguimos".
A partir das primeiras observações do telescópio, o buraco negro poderia corresponder a um quasar entretanto conhecido (chamado PSO 167-13) ou a um quasar ainda por identificar presente numa galáxia próxima. Em ambos os casos, no entanto, seria o buraco negro mais distante já observado, além do mais precoce na história do cosmos.
De acordo com a NASA, os autores pretendem continuar com as observações para aprender mais. Também tencionam procurar mais exemplos de buracos negros altamente obscurecidos. "Suspeitamos que a maioria dos buracos negros supermassivos do início do universo está encoberta: é então crucial detetá-los e estudá-los para entender como eles podem crescer rapidamente para massas de um milhar de milhão de sóis", indicou o co-autor Roberto Gilli, do INAF em Bolonha, Itália.
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