A equipa da missão OSIRIS-REx já removeu a tampa inicial que envolvia o recipiente das amostras de Bennu, colocado dentro de uma espécie de porta-luvas para impedir a entrada de contaminantes.

A operação decorreu esta terça-feira e revelou mais conteúdo além dos cerca de 250 gramas de poeira e restos de rocha que terá a amostra . De acordo com a NASA, os cientistas terão encontrado pó escuro e partículas do tamanho de areia no chamado “avionic deck” do recipiente científico.

O recipiente da cápsula de retorno de amostras OSIRIS-REx foi entregue no Johnson Space Center no dia 25 de setembro, após pousar no deserto do Utah um dia antes.

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Até alcançar a amostra, existe todo um processo de desmontagem do Touch and Go Sample Acquisition Mechanism (TAGSAM). As operações estão a acontecer num novo laboratório concebido especificamente para a missão, com a tampa de alumínio a ser removida dentro de uma espécie de porta-luvas, projetado para permitir o trabalho com a grande peça de hardware, explicou a NASA.

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Quando o TAGSAM for separado do recipiente, vai ser inserido num outro recipiente de transferência selado para preservar um ambiente de nitrogénio por até cerca de duas horas. Desta fora a equipa terá tempo suficiente para inserir o TAGSAM noutro porta-luvas exclusivo. Em última análise, o objetivo é acelerar o processo de desmontagem.

Concluída toda a desmontagem, o conteúdo recolhido do asteroide Bennu vai ser analisado “para uma visão antecipada das características químicas, mineralógicas e físicas e dos tipos de rochas que podem ser encontrados na amostra global”.

As primeiras descobertas sobre a amostra, além de algumas imagens, serão reveladas publicamente num evento especial transmitido ao vivo pela NASA no próximo dia 11 de outubro, a partir das 16h00 de Lisboa.

A chegada das amostras do asteroide milenar trazem novas expectativas sobre a descoberta da formação de planetas, a origem de elementos orgânicos e da água que podem ter "semeado" a vida na Terra.

A NASA transmitiu online, este domingo, toda a série de manobras que permitiram a “entrega” das amostras do asteroide Bennu pela sonda OSIRIS-REx. A transmissão começou às 15h00 de Lisboa e estendeu-se até perto das 19 horas e o acompanhamento foi feito numa emissão online.

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A sonda ficou a 250 quilómetros da superfície terrestre para libertar a cápsula com as amostras, que caiu de paraquedas numa área militar no deserto do Utah, Estados Unidos. "Bem-vinda a casa", foi a frase com que Noelia González, da equipa de comunicação da NASA, assinalou o momento da chegada.

O retorno à Terra das amostras do asteroide Bennu é o culminar de um esforço de mais de 12 anos da missão, mas marca o início de uma nova fase de descoberta, já que a comunidade cientifica dedicará a sua atenção à análise deste material único e precioso que data do início da formação do nosso sistema solar.

A missão OSIRIS-REx foi lançada em setembro de 2016 e alcançou Bennu em dezembro de 2018. Após quase dois anos de observações, a sonda aterrou no asteroide e recolheu uma amostra da sua superfície. A 10 de maio de 2021, a OSIRIS-REx iniciou a jornada de volta para casa para entregar a preciosa carga. Entretanto, seguiu viagem com outro destino como alvo: estudar o antes assustador asteroide Apophis, entretanto retirado da lista de rochas que ameaçavam “chocar” com a Terra este século.